O jogo agora é outro

Governador enfrenta dificuldades para cumprir suas primeiras metas e ainda carece de recursos para salvar as prefeituras mineiras, a maioria em situação crítica


Por Tribuna

10/01/2019 às 07h01

Quando o processo de transição é feito à meia-bomba, sem que o sucessor conheça direito o que vai encontrar pela frente, as surpresas são inevitáveis após a posse, gerando problemas para o novo governante, sobretudo quando comprometem os projetos apresentados durante a campanha eleitoral. O governador Romeu Zema está, agora, diante de um problema. Dez dias após a sua posse, o que em termos de tempo é praticamente nada, vive situação semelhante à do antecessor Fernando Pimentel por conta da ausência de recursos para cumprir as demandas do Estado.

É fato que teve um refresco com a liberação, pelo Supremo Tribunal Federal, de recursos da ordem de R$ 400 milhões antes retido pelo Tesouro, mas, diante do buraco nas contas, esse dinheiro some rapidamente. Nas conversas, o governador tem reafirmado o desejo de cumprir todos os compromissos constitucionais, mas admite que não dá para acertar tudo de uma vez só, embora reconheça que os prefeitos têm uma situação bem mais difícil, pois o cobrador bate direto em sua porta, no caso, os servidores públicos.

Como ainda há o 13º salário a ser pago, o drama de Zema se amplia, o que tem levado, nessas duas semanas, a repetir ações de Pimentel, como a retenção de repasses constitucionais. Ele disse que não faria isso, mas campanha é campanha e governo é governo, principalmente quando se depara com a realidade mineira. O Estado, apesar de ter a terceira economia do país, corre o risco de quebrar se não houver socorro da União.

Para levar suas metas adiante, o governador terá que contar com a Assembleia Legislativa, pois as medidas necessárias, e por ele já antecipadas, vão carecer de respaldo dos deputados, o que nem sempre é comum quando se trata de corte de gastos. Como tem uma base ainda em formação, o papel dos assessores políticos e do vice-governador Paulo Brant será fundamental para evitar o bloqueio do Legislativo.

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