JOGO DE BASTIDOR
A semana será dedicada às discussões em torno do pedido de impeachment da presidente Dilma, agora sob o viés do PMDB. O partido, aliado desde a gestão do ex-presidente Lula, vive o dilema de apoiar a presidente ou reforçar a expectativa de poder que se apresenta no seu horizonte com o vice Michel Temer. Aos mais próximos, ele disse que não será desleal com a presidente, mas também não reforçará o grupo que considera o pedido dos juristas Hélio Bicudo e Miguel Reale um descalabro. Em suma, lava as mãos à espera de uma decisão que lhe favoreça.
O Governo, por sua vez, já articula uma força-tarefa com várias frentes. A própria Dilma irá buscar apoio na parcela mais alta do PIB, isto é, dos megaempresários, enquanto o ex-presidente Lula irá animar as ruas e as redes sociais. Os ministros políticos atuarão dentro do Congresso na tentativa de obter votos para rejeição do caso. A máquina, portanto, se move num período em que o Congresso decide se vai ou não entrar em recesso. Embora os políticos já tenham compromissos agendados, é, de certa forma, temerário ir para casa como se tudo estivesse nos devidos eixos. E não está. O impeachment de um presidente da República é algo muito sério.
O Supremo, a quem todos deverão recorrer para pacificar as dúvidas jurídicas, é o ponto de referência para os próximos passos, uma vez que já há ações nesse sentido tramitando na instituição. A decisão será emblemática, pois a Corte poderá apontar o caminho a ser seguido por todos.