Primeiro tempo

Candidatos começam a entrar em campo, mas o jogo eleitoral está apenas começando, podendo haver, ainda, surpresas de toda ordem


Por Tribuna

05/12/2017 às 07h57- Atualizada 05/12/2017 às 11h21

Faltando ainda quase um ano para as eleições de 2018, os institutos de pesquisa já começam a mostrar o ânimo do eleitor. Sem surpresas, as primeiras listas refletem ora o que está para trás, ora os nomes mais em evidência. Daí, quando o ex-presidente Lula e o deputado Jair Bolsonaro lideram, não significa, necessariamente, que esse será o páreo de segundo turno no ano que vem. Os levantamentos refletem o momento, e nem todos os atores estão definidos. O PSDB, por exemplo, que tem sido o adversário permanente do Partido dos Trabalhadores desde a eleição em que Fernando Henrique chegou ao Planalto, ainda não confirmou a indicação do governador Geraldo Alckmin. A convenção de sábado (9) será um passo, mas não o derradeiro.

Da mesma forma, há outros players que sequer definiram o que vão disputar em 2018. O prefeito de São Paulo, João Doria, que saiu na frente com viagens pelo país afora, descobriu que o jogo não era bem aquele que estava jogando e recuou o time. Se disputar, deve tentar a cadeira de governador de São Paulo. Para presidente, não. Aliás, o mesmo caminho foi adotado pelo comunicador Luciano Huck, cujas pesquisas apontavam um prestígio da ordem de 63%. Por racionalidade e bom senso, ele entendeu que uma coisa é ter prestígio e outra é ter votos. Prefere continuar fazendo política sem, necessariamente, ser candidato.

E há ainda o Governo. Mesmo com o prestígio estacionado na casa dos 5%, de acordo com o Datafolha, o presidente Michel Temer tem a caneta e as chaves para nomear ou abrir caminhos para os aliados, o que pesa substancialmente no jogo eleitoral. Além disso, o PMDB, mesmo diante de um extremo desgaste, ainda mantém vasta capilaridade pelo país afora, sem contar o viés profissional de suas lideranças.

O jogo, pois, começa a ser jogado, mas os times não estão em campo. O próprio Partido dos Trabalhadores, que tem em Lula a sua principal referência, ainda depende de ações em curso na Justiça. Se o ex-presidente não puder disputar, começa internamente uma ampla empreitada para definir o nome que possa, mesmo sem o brilho de sua principal estrela, se apresentar aos eleitores com chances de vencer.

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