Agenda do Congresso Nacional envolve agendas política e econômica
O Congresso Nacional retorna às atividades em meio a polêmicas e às vésperas do tarifação sobre as exportações para os EUA
O Congresso Nacional retorna do recesso de meio de ano com uma agenda recheada, sob a expectativa de temas polêmicos tanto na política quanto na economia. Na política, a oposição vai insistir em pelo menos duas pautas: a anistia dos envolvidos nos eventos de 8 de janeiro de 2023 e algum tipo de penalização do ministro Alexandre de Moraes, por ela visto como causador de todo o clima de tensão que ocorre dentro e fora do país – numa alusão ao tarifaço imposto pelos Estados Unidos.
Como os presidentes da Câmara Federal, Hugo Motta, e Davi Alcolumbre, do Senado, vão lidar com tais pautas é uma incógnita, pois vivem um ciclo pendular, ora criticando, ora apoiando medidas do Governo. E é aí que entra a agenda econômica. A finalização do projeto do Imposto de Renda e o IOF são temas relevantes que precisam ser definidos até o fim do ano.
Fora do Parlamento, o tarifaço imposto pelo presidente Donald Trump é o tema do momento, pois entra em vigor nesta quarta-feira. Uma declaração do dirigente americano jogou luzes na discussão: “O presidente brasileiro pode falar comigo na hora em que ele quiser”. O Itamaraty gostou da fala, mas entende, assim como o próprio presidente Lula, que é preciso cautela. Ele foi econômico nas palavras, o que é um bom sinal.
Os diplomatas trabalham com prudência, pois não querem expor o presidente brasileiro a algum tipo de conversa – ou até mesmo encontro – que lhe cause embaraços, como ocorreu com o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, e o presidente da África do Sul, Matamela Cyril Ramaphosa. Ambos receberam explícitas reprimendas de Trump, o que tenta se evitar com Lula, sobretudo por conta de sua reação.
O segundo semestre será pródigo por ser uma prévia do ciclo eleitoral de 2026. Boa parte das ações que estarão em pauta nos próximos quatro meses passa, necessariamente, pelos palanques. A oposição vai esticar a corda para se manter no protagonismo nas redes digitais, e o Governo, por seu turno, tenta sair das cordas, adotando posturas mais agressivas nas redes sociais.
É nesse cenário que o Congresso vai atuar, por ser também o espaço pelo qual ecoam as demandas da população. Mesmo com o olhar voltado para a sua própria causa, já que todos os deputados e dois terços do Senado estarão em jogo nas eleições, é preciso resolver impasses que repercutem diretamente na vida da população. E para tanto não dá para esperar.
Câmara e Senado retornam do recesso com a agenda cheia, envolvendo pautas tanto políticas quanto econômicas