A praça é de todos

Mas a ocupação dos espaços deve ocorrer de forma ordenada e com segurança, a fim de garantir aos usuários desfrutar do direito de fazer de tais regiões um ponto de referência, e não uma área de preocupação


Por Tribuna

05/04/2019 às 06h53- Atualizada 05/04/2019 às 07h31

Cartão-postal da cidade, o Parque Halfeld, não é de hoje, tem passado por várias mudanças. Já teve até uma biblioteca, uma emissora de rádio no seu pátio central e, ainda, uma fonte luminosa. Nas administrações que se sucederam, quase todos os prefeitos deram o seu toque para melhorar o seu uso pela população. O local é o ponto de referência da cidade e vive momentos críticos diante não apenas da ocupação desordenada pela população em situação de rua mas também pelo vandalismo daqueles que picham muros e quebram equipamentos. O mais grave, porém, são os traficantes, que fazem do local um ponto de negócio.

Na edição de quinta-feira, a Tribuna, de novo, voltou ao local e encontrou um cenário preocupante, pois o velho parque mudou a sua vocação de ponto de turismo e de lazer para um desordenado espaço de ações múltiplas, muitas delas ferindo a legislação urbana. A despeito da presença da Guarda Municipal, a venda de drogas continua envolvendo, sobretudo, adolescentes que ali mesmo fazem o uso, como se nada tivesse para impedi-los. O número expressivo de ocorrências é a prova material de tal situação.

Houve um período em que se discutiu o fechamento do parque à noite, sob a justificativa da segurança, como acontece em alguns espaços semelhantes, como em Belo Horizonte, mas não se chegou ao consenso. Mas, se isso não é possível, a segurança deve ser reforçada também no período noturno, pois hoje são poucos os que se arriscam a cortar caminho passando pelas alamedas entre as ruas Halfeld e Marechal Deodoro. A iluminação é boa, mas isso só não basta, pois não são incomuns as abordagens pouco amistosas na região.

Como todos têm direito ao uso da praça, inclusive a população em situação de rua, é necessário, porém, estabelecer algum ordenamento, o que se faz com ações permanentes e ocupação do espaço com o maior número possível de eventos. Essa movimentação frequente, com respaldo nos setores de segurança, limpeza e de suporte para outras demandas, acaba sendo uma alternativa, valendo também para outras praças.
Recentemente, a Tribuna visitou várias delas e constatou situação semelhante, quando se discutiu a implementação das normas de apadrinhamento que foram implantadas há alguns anos. Com isso, empresas, principalmente, tendo algum tipo de contrapartida, ficariam responsáveis pela zeladoria de tais regiões, garantindo o uso adequado sem os riscos que hoje permeiam a rotina das cidades.

 

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