FUTURO INCERTO


Por Tribuna

03/10/2015 às 07h00

Só o tempo dirá se a presidente Dilma Rousseff acertou ao conceder tantos ministérios ao PMDB para garantir a governabilidade e também a sua sobrevivência política no Congresso, instância em que podem tramitar pedidos de sua impugnação impetrados pelas bancadas oposicionistas. O principal aliado do Governo tem um perfil próprio, agindo sempre em torno do poder desde a redemocratização, embora não tenha sido a cabeça de chapa. Foi assim nos dois mandatos do tucano Fernando Henrique, nos dois de Lula e agora na atual administração.

Com o avanço de seu prestígio, o partido sempre acena com a possibilidade de ser a bola da vez, isto é, de ter candidato próprio no pleito seguinte, mas esta também é uma estratégia que ocorre de tempos em tempos, própria para dizer ao Governo que, se não ceder espaços, o terá no outro lado do balcão no próximo pleito. Tem dado certo até agora. Os ministros anunciados ontem são resultados de indicações da cúpula, ora dividida entre os seguidores do vice-presidente Michel Temer, do senador Renan Calheiros e até mesmo do fragilizado deputado Eduardo Cunha, que emplacou o Ministério de Ciência e Tecnologia.

Tudo isso, no entanto, só irá adiante se a economia se recuperar. A presidente pode até superar seus riscos no Parlamento, mas, enquanto não resolver a questão econômica, terá dificuldades com as ruas. Hoje, o Governo está voltado para resolver o impasse político, mas não pode abrir mão das questões que passam pelo Ministério da Fazenda, pois é lá que está o futuro da aliança, mesmo tendo hoje maioria no Congresso.

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