INUNDAÇÕES RECORRENTES
Problema recorrente nos grandes centros, as inundações e os alagamentos das ruas tornaram-se frequentes em Juiz de Fora, transformando os dias de chuvas fortes em momentos de risco iminente para motoristas e pedestres. Foi o que ocorreu no último domingo na região do Bairro Santa Luzia, na Zona Sul, onde uma inundação repentina, nas vias que margeiam o Córrego Santa Luzia, provocou desespero em quem estava dentro dos carros e prejuízos para comerciantes e moradores, que viram a água invadir seus imóveis e atingir seus pertences. Veículos foram arrastados pela forte enxurrada, e o Corpo de Bombeiros precisou fazer uma varredura, retirando pessoas destes veículos. Felizmente, não houve registro de desaparecidos.
Os estragos, porém, chamam a atenção pela recorrência e servem de alerta para o Poder Público diante da necessidade de se buscar mais investimento no sentido de controlar os problemas vividos em relação aos cursos d’água. Como lembra o professor Pedro Machado, especialista em recursos hídricos, na reportagem divulgada pela Tribuna ontem, problemas como o forte adensamento da região, somados à impermeabilização do solo e à falta de uma política específica para os cursos d’água, aumentam o risco de tragédias no período chuvoso. Portanto, é necessário haver planejamento e gerenciamento da situação, mesmo que a longo prazo, visto que a Zona Sul da cidade, assim como outras regiões, teve crescimento desordenado, exigindo alerta para o subsolo, com suas redes de água e de esgoto sobrecarregadas.
Quem enfrenta estes alagamentos há anos diz que a situação “é um drama”. É evidente que a população também precisa fazer o dever de casa e se conscientizar da importância de evitar jogar lixo em rios e córregos. À medida que a cidade se urbaniza, porém, os impactos vão se tornando mais graves, por conta de aumento da produção de lixo, transporte de material sólido, ligações clandestinas de esgoto, impermeabilização das superfícies, entre outros. Desta maneira, é preciso esforço conjunto da população e do Poder Público no sentido de pensar esta cidade do futuro, e aqui estamos falando não só de impactos ambientais mas de vidas humanas.