Acesso ao Aeroporto
O crescimento do número de passageiros e de cargas no Aeroporto Presidente Itamar Franco exige investimentos em seu acesso para facilitar ainda mais a sua utilização
Ao bater o recorde de movimentação de passageiros e de cargas em 2023, o Aeroporto Presidente Itamar Franco dá mostra de ser viável, como imaginou o próprio ex-presidente, ao anunciar a sua construção, no final de 2002, quando, diante de um seleta plateia na sede da Associação Comercial, disse ao candidato à sua sucessão no Governo de Minas, Aécio Neves, que queria a conclusão de apenas dois projetos em Juiz de Fora: o Expominas, cuja pedra fundamental já tinha lançado, e o Aeroporto Regional da Zona da Mata, entre as cidades de Goianá e Rio Novo.
Aécio cumpriu as duas promessas, mas o Expominas, a despeito de sua estrutura de ponta, ainda não se consolidou como um espaço de eventos. São muitas as explicações, a começar pelo acesso que se faz única e exclusivamente por uma grande reta da BR-040. Eventos noturnos são marcados pelo risco, sobretudo no inverno, quando uma camada de névoa compromete a visibilidade. Mas há outras. Os custos operacionais do espaço ainda são elevados e seu gerenciamento não alcançou as metas propostas. As diversas tentativas foram em vão, o que colocou o Centro de Convenção na lista de possíveis locais a serem privatizados.
O aeroporto, por sua vez, demorou, mas pegou, sobretudo por conta da opção das grandes companhias aéreas em colocá-lo em sua rota. De janeiro a setembro deste ano, 164.171 pessoas embarcaram ou desembarcaram o no terminal. Em julho registrou-se o maior número de passageiros de sua história: 22.321. De acordo com a Agência Minas, o transporte de cargas também ganhou impulso.
Nesta área os resultados podem ser mais robustos ante a capacidade do aeroporto se houver uma conexão efetiva com o Porto Seco. Para tanto, é vital a melhoria do acesso, que hoje se dá pela MG-353, via sob a responsabilidade do estado e que carece de mais investimentos. Sua duplicação tornou-se uma necessidade para dar espaço com segurança aos veículos de grande porte. Hoje, em boa parte de seu trecho, não há sequer condições seguras de ultrapassagem. O resultado, são longas filas no percurso. O trecho entre a MG-353 e a BR-040, que facilitaria a conexão com o Porto Seco, também precisa de obras.
A condição de Terminal Industrial já esteve na pauta em diversas ocasiões, sobretudo por ser um aeroporto logisticamente bem situado. O acesso, pois, tornou-se uma demanda necessária, já que não é possível mobilizar grandes cargas numa rodovia em condições precárias de segurança.
O recorde batido torna-se referência para o empreendimento. Se antes a distância era uma queixa, ela está sendo superada pelo entendimento de que em outros centros a situação se repete. De Guarulhos ao Centro de São Paulo gasta-se mais de uma hora, O mesmo tempo e um pouco mais ocorre entre Viracopos, em Campinas, e a capital paulista, valendo o mesmo entre Confins e o Centro de Belo Horizonte. A diferença destes para o Regional da Zona da Mata é a qualidade do acesso. Algo possível de ser resolvido no médio prazo.