NO MESMO BARCO
No mesmo dia em que a presidente Dilma Rousseff se reunia com governadores para tratar de saídas para o impasse econômico, prefeitos de Minas Gerais, sob a bandeira da AMM, também se uniram para tratar de suas agruras. Num cenário em que todos estão no mesmo barco, sob o risco de ficar à deriva, até mesmo propostas de boicote a serviços foram consideradas, pois seria a única forma de sensibilizar as demais instâncias de poder para seus problemas.
O que pode ser feito está restrito ao campo das possibilidades, pois deixar de prestar serviços à comunidade pode ser uma faca de dois gumes. O cidadão, a despeito de compreender as dificuldades dos executivos, não quer ficar com o ônus. Por isso, o melhor caminho é ampliar o diálogo com Belo Horizonte e Brasília e também torcer para o sucesso da política do ministro da Fazenda, Joaquim Levy.
Ficar na plateia é a única alternativa para os municípios por conta da política de centralização de recursos. Salvo rubricas naturais, que asseguram os repasses, outros investimentos dependem dos humores da área econômica para serem feitos. Enquanto a luz do túnel estiver fora do foco, são poucas as perspectivas de liberação de recursos, simplesmente porque não há de onde tirá-los.
O que a presidente disse aos governadores é o mesmo que esses devem falar aos prefeitos: a hora é de aperto, pois a fonte secou.