Jogo político
O loteamento dos ministérios, algo que vem desde a adoção do presidencialismo de coalizão, tornou-se um problema especialmente para as prefeituras, por dependerem sistematicamente das articulações em Brasília para execução de projetos básicos nos municípios nas áreas de infraestrutura, saúde e educação. As metrópoles continuam vivenciando gargalos sem que a União, ou o ministro político, tome providências.
Em Juiz de Fora, há vários projetos dependentes de recursos federais e do Estado para irem adiante. Como nas demais cidades, o caixa está no limite, e simples obras precisam de financiamento das instâncias superiores. Não se sabe ainda em que pé está a BR-440, que tem características municipais, mas pertence à União, e que até hoje liga o nada a lugar algum, a despeito das promessas de conclusão, pelo menos de um trecho que leve a via até a entrada do Bairro Casablanca.
Na edição especial do fim de semana, a Tribuna voltou ao debate sobre o estrangulamento na Cidade Alta. O novo acesso, que tiraria o trânsito do Campus da Universidade Federal de Juiz de Fora, tem projeto e não tem dinheiro e nem data para voltar à pauta. Hoje, nas horas de pico, os dois pórticos formam um longo engarrafamento, que começa na Alameda Alexandre Leonel – no lado Sul – e no Posto União – no lado Norte, sem que haja solução, a despeito de medidas importantes, como o alargamento da saída por São Pedro.
Os especialistas consideram que, enquanto a 440 não for inaugurada, a situação vai continuar a mesma. Ela seria a válvula de escape do trânsito, que ora fica retido na Avenida Costa e Silva. A rodovia depende de licenças ambientais para ser concluída, mas não há prazos. De acordo com a Secretaria de Estado do Meio Ambiente, somente na semana passada, o empreendedor protocolou pedido de licenciamento, o que sinaliza para mais um longo período de espera, algo comum quando se trata da burocracia oficial.