Eleição presidencial nas ruas

“Os palanques eleitorais já estão montados nas ruas do país.”


Por Gracielle Nocelli

09/09/2025 às 07h00

Estamos em setembro de 2025, a 14 meses do primeiro turno das eleições presidenciais de 2026. E os palanques eleitorais já estão montados nas ruas do país.

Do que se convencionou chamar de “esquerda”, até aqui, um palanque apenas, o de Lula que, se sentindo um meninão de 18 anos, aos 80, postula o quarto mandato presidencial.

Da chamada “direita” e “centro direita”, pelo menos, quatro candidatos em cima dos palanques: Ronaldo Caiado (experiente e muito preparado para o debate); Romeu Zema, Ratinho Júnior e Eduardo Leite. Todos jurando que não abrem mão da disputa do primeiro turno, mas avisando que aceitam composições para o segundo. A estes quatro temos que somar o governador Tarcísio de Freitas, que embora já tenha jurado para amigos que vai buscar a reeleição, ainda é visto como um provável e forte candidato para a disputa com Lula.

Este é um quadro da disputa presidencial visto de um ponto em que ainda é possível sentir a influência política do ex-presidente Bolsonaro. Mas qual será esta influência, caso ele seja afastado definitivamente da política com uma condenação? O “capitão” Bolsonaro é um político (ainda) carismático, mas sem um legado a ser defendido por um candidato apoiado por ele.

Este carisma, que tem sustentado sua figura política até aqui, resistirá a uma condenação? Prometer recuperá-lo através de uma anistia seria suficiente para motivar seus, hoje, possíveis eleitores?

Para alguns analistas políticos, a tendência é de condenação do ex-presidentes e já é possível sentir o esfriamento de sua liderança em vários setores, especialmente entre os evangélicos.

Sem um legado a ser defendido e distante de todo o processo – se condenado – qual seria sua influência sobre o eleitor? Então esta semana será decisiva para o processo sucessório do ano que vem. O Supremo Tribunal, se não houver surpresas, define até sexta-feira o futuro político do ex-presidente com a tendência de condená-lo a uma longa pena. Ele e os outros sete acusados de pertencerem ao chamado “núcleo crucial” da tentativa de golpe. Uma condenação que os militares irão respeitar, segundo afirmou o ministro da Defesa, José Múcio. Desrespeitar seria uma outra forma de golpe. Então, na prática, repito, esta semana dá o rumo de 2026. A condenação e a consequente inelegibilidade de Bolsonaro.

 

*Paulo César de Oliveira é jornalista e diretor-geral da revista Viver Brasil 

 

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