Ex-presidente da Câmara de Muriaé condenado a mais de 11 anos de reclusão é preso
Ex-parlamentar estava em prisão domiciliar e foi encaminhado ao presídio da cidade
O ex-presidente da Câmara Municipal de Muriaé Carlos Delfim (PDT) foi preso na tarde desta terça-feira (18), na cidade localizada a 160 quilômetros de Juiz de Fora. O ex-parlamentar estava em prisão domiciliar e foi levado ao presídio da cidade. A prisão se deu na sétima fase da Operação Catarse, deflagrada pelo Ministério Público de Minas Gerais (MPMG). A ação teve como objetivo o cumprimento de mandado de prisão contra o ex-presidente, que já havia sido condenado em primeira instância a uma pena de 11 anos e três meses de reclusão.
Em 2024, a Tribuna já havia noticiado a condenação de Carlos. De acordo com o MPMG, Delfim se associou à esposa, Josilaine Silva Souza, e a um assessor – também condenados – para esconder patrimônio ilegal, adquirindo veículos, empresas, imóveis, máquinas, gados e dinheiro em nome de “laranjas”.
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Carlos Delfim já havia sido preso preventivamente em 2023. No ano passado, ainda respondia na Justiça por outros 178 crimes de desvio de recursos públicos e dois de lavagem de dinheiro.
De acordo com a Câmara de Muriaé, Carlos Delfim Soares Ribeiro era produtor rural e comerciante, mas exercia a função de vereador desde 2013. Em 2016, o político foi o vereador mais votado, assumindo a função de presidente da Casa Legislativa pela primeira vez no ano seguinte. Em 2020, foi reconduzido à presidência pelos próprios colegas.
A ação que permitiu a prisão de Carlos foi deflagrada por meio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) Regional da Zona da Mata em conjunto com as promotorias de Justiça do Patrimônio Público e da Execução Penal de Muriaé, juntamente com a Polícia Civil de Minas Gerais.
Iniciada em 2021, a Operação Catarse investiga a prática de crimes contra a administração pública, tais como corrupção passiva, lavagem de dinheiro, peculato, associação criminosa, entre outros.
Segundo o coordenador do Gaeco, o promotor de Justiça Breno Costa da Silva Coelho, a operação já possibilitou o cumprimento de 62 mandados de busca e apreensão, sendo contra cinco vereadores em exercício, três ex-vereadores, seis postos de gasolina, três construtoras e 14 empresários, além de quatro mandados de prisão preventiva, dois de prisão temporária, dois mandados de afastamento de cargos públicos e dez mandados cautelares de proibição de contratação com o poder público. Até o momento, 800 crimes contra a administração pública foram apurados.