Ubá decreta situação de emergência por risco de surto de dengue
Medida foi tomada pela Prefeitura com base em dados do Estado que indicam possibilidade de nova onda de casos da doença
O município de Ubá, distante cerca de 100 quilômetros de Juiz de Fora, está em situação de alerta e emergência em relação às doenças transmitidas pelo Aedes aegypti. A medida, anunciada pela Prefeitura do município, tem como propósito intensificar a prevenção e o controle da transmissão de arboviroses, além de reforçar a atenção primária à saúde na rede SUS. O documento, publicado no Diário Oficial no dia 3 de abril, explica que a ação foi tomada com base em dados divulgados pelo Estado que apontam para a possibilidade de nova onda de surtos de doenças causadas pelo mosquito, e após a confirmação de óbitos na Zona da Mata.
O decreto dispõe sobre a contratação, em caráter emergencial, de agentes de combates às endemias e autoriza a entrada da autoridade sanitária em habitações, terrenos, edifícios ou estabelecimentos quando verificada a presença do mosquito transmissor ou da doença. Além disso, estabelecimentos como imobiliárias, borracharias, indústrias, cemitérios, ferros-velhos, pátios de guarda de veículos e construções civis estão obrigados a tomar medidas preventivas contra a doença. Proprietários ou moradores de residências também estão submetidos a diversas infrações, caso seja verificado o descumprimento de regras de limpeza e manutenção de caixas d’água, reservatórios e piscinas.
Risco de surto
De acordo com o resultado do primeiro Levantamento Rápido de Índices para Aedes Aegypti (LIRAa) de 2023, a taxa de infestação do mosquito na cidade é de 9,2%. O índice indica risco de surto, sendo que a taxa aceitável pelo Ministério da Saúde é menor ou igual a 1%. A cidade, portanto, está classificada na faixa de alto risco de transmissão.
Para a gerente da Divisão de Vigilância em Saúde, Marilândia Pires Antunes, o combate ao Aedes aegypti é simples, mas depende da conscientização de todos. “Em Ubá, cerca de 80% dos focos do Aedes aegypti seguem sendo encontrados na região intradomiciliar, ou seja, dentro das residências, em depósitos como vasos de plantas e bebedouros de animais, seguidos de tambores, reservatórios, pneus, depósitos naturais e caixas d’água. Precisamos que toda a população se envolva no combate ao mosquito, e reforce os cuidados com as residências e quintais”, diz.