Carvoaria em São João del-Rei é denunciada por trabalho análogo ao escravo
Vítimas estariam vivendo em cômodo de aproximadamente nove metros quadrados, não teriam carteira assinada e a alimentação seria descontada do valor que recebiam pelo trabalho
Um homem de 37 anos denunciou uma carvoaria de São João del-Rei, cidade localizada a cerca de 160 quilômetros de Juiz de Fora, por manter os funcionários em situação análoga à escravidão. Um casal, com idades entre 30 e 40 anos, foi preso por suspeita de manter o espaço. A dupla foi ouvida pela autoridade policial e liberada em seguida. A ocorrência foi registrada na segunda-feira (1º) pela Polícia Militar do Meio Ambiente (PMMA).
De acordo com informações da corporação, os militares foram acionados pela vítima, que seria moradora do Norte de Minas. O homem e outros dois amigos teriam sido recrutados pelo casal em troca de emprego e moradia. O local de trabalho seria em um terreno na Zona Rural de São João del-Rei e o carvão produzido no espaço teria como destino o estado do Rio de Janeiro.
Porém, o local não teria banheiro e abrigo adequado para os trabalhadores, que estariam vivendo em um cômodo de aproximadamente nove metros quadrados, com três camas e um fogão a lenha. Além disso, a vítima teria relatado que, do lado de fora do cômodo, havia uma fogueira para aquecer água para o banho.
Os trabalhadores ainda não teriam carteira assinada, sendo que a alimentação era descontada do valor que recebiam. Os donos do local manteriam um caderno de anotações com os descontos.
Conforme a PMMA, uma das vítimas alegou ter sido agredida pelos suspeitos na última sexta-feira (29). A dupla foi presa e encaminhada à delegacia de plantão, juntamente com uma das três vítimas, sendo liberados posteriormente.