Ação judicial pede ‘silêncio’ de relógio centenário de igreja na Zona da Mata

Funcionamento do relógio ficará suspenso em Rio Espera até que situação se resolva


Por Elisabetta Mazocoli

03/02/2025 às 12h02- Atualizada 03/02/2025 às 12h11

rio espera igreja relogio foto arquidiocese de mariana
Relógio da Igreja Matriz da Paróquia Nossa Senhora da Piedade (Foto: Arquidiocese de Mariana)

Nesta sexta-feira (31), o pároco Jackson de Sousa Braga, da Paróquia Nossa Senhora da Piedade, em Rio Espera, na Zona da Mata, afirmou que o relógio da igreja é alvo de uma ação judicial. De acordo com o relato do padre nas redes sociais, está sendo movido um processo contra a paróquia e contra a sua pessoa devido ao toque do relógio da matriz. Por isso, ele afirma que o funcionamento do aparelho ficará suspenso. 

De acordo com as informações divulgadas pelo religioso, que está há 4 anos na paróquia, já foram diversas tentativas para “conciliar o funcionamento do relógio com o respeito às leis de silêncio”. Ele também relata que fez uso de equipamentos para manter o funcionamento diário da peça e evitar seus badalos à noite e madrugada, mas por se tratar de um relógio centenário e com mecânica complexa, estão acontecendo problemas para esse funcionamento. “Ademais, o equipamento e as intervenções no relógio causaram-lhe danos e prejuízos que exigiram reparos que até hoje não foram sanados completamente”, continuou, na nota.

A sugestão do padre, ainda, era que fosse feita a doação de um equipamento que permitiria o funcionamento dos sinos  durante o dia, sem que tocassem à noite. “No entanto, apesar dos esforços para conciliar as necessidades envolvidas, não foi possível alcançar uma solução satisfatória para ambas as partes. Diante disso, com os equipamentos atualmente disponíveis, o relógio será obrigado a ficar desligado e consequentemente abandonado na torre da Igreja Matriz”.

Ele também pediu que os paroquianos e rio-esperenses tenham paciência com essa situação. “Sei o quanto desejam que sua história e costumes sejam respeitados, porém lembro-lhes de nossa obrigação de respeitar os direitos individuais, sem prejuízo dos coletivos, que estão prescritos na constituição brasileira. Além disso, o clamor por justiça deve ser equilibrado com a misericórdia que nosso Senhor Jesus Cristo nos ensinou”, finalizou.

Tópicos: rio espera

Os comentários nas postagens e os conteúdos dos colunistas não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é exclusiva dos autores das mensagens. A Tribuna reserva-se o direito de excluir comentários que contenham insultos e ameaças a seus jornalistas, bem como xingamentos, injúrias e agressões a terceiros. Mensagens de conteúdo homofóbico, racista, xenofóbico e que propaguem discursos de ódio e/ou informações falsas também não serão toleradas. A infração reiterada da política de comunicação da Tribuna levará à exclusão permanente do responsável pelos comentários.