Presidente Bolsonaro visita Santa Casa de Juiz de Fora
Hospital fez o primeiro atendimento médico do presidente após o atentado ocorrido durante ato de campanha em setembro de 2018
O presidente Jair Bolsonaro (PL) chegou à Santa Casa de Misericórdia de Juiz de Fora por volta das 12h30, onde foi realizada uma solenidade no auditório da instituição. Antes, porém, o presidente, que chegou em uma SUV, foi recebido por apoiadores na entrada do hospital.
A mesa principal do evento foi composta por Bolsonaro e pelo presidente da Santa Casa, o médico Renato Loures. Os ministros, deputados e a equipe médica do hospital, que socorreu e operou Jair Bolsonaro após o atentado sofrido pelo presidente, então candidato à Presidência, durante ato de campanha em Juiz de Fora em 2018, também participaram da solenidade.
Na Santa Casa, Bolsonaro fez um discurso emotivo, lembrando, principalmente, sua passagem pelo hospital em setembro de 2018. “É uma emoção muito grande retornar a essa casa. Não por conhecê-la, mas por desconhecê-la”, afirmou o presidente, lembrando que já chegou ao hospital inconsciente.
“É uma coisa que a gente nunca espera. Estar no meio do povo é acontecer aquela tragédia”, reforçou.
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Brevemente, voltou a questionar as motivações de Adelio Bispo de Oliveira, autor da facada, preso após o atentado, julgado após as investigações e considerado inimputável pela Justiça Federal em julho de 2019. Neste sentido, pontuou que não tem interferência sobre a Polícia Federal. “Não tenho ascendência sobre a polícia federal. Me acusam e não acham nada”, disse o presidente.
O atendimento recebido na Santa Casa foi, de fato, o tema da breve fala do presidente. “Os relatos eram de que dificilmente alguém sobrevive àquela facada.” Assim, na solenidade agradeceu à equipe médica presente. “Não é só a minha vida. É a história do Brasil.”
Em dado momento, o presidente chegou a se emocionar.
“Quis o destino que eu sobrevivesse. Graças a Deus. Devo minha vida a vocês O que eu mais pedia era que minha filha mais nova não ficasse órfã”, contou.
Antes, o presidente da Santa Casa abriu os trabalhos e pontuou que Bolsonaro “é o segundo presidente a honrar o hospital com sua presença”. O juiz-forano Itamar Franco já havia visitado as dependências da Santa Casa. Os médicos presentes entregaram uma homenagem ao presidente.
Momento econômico do hospital
Loures lembrou o momento econômico difícil pelo qual passa o hospital. “A Santa Casa tem enfrentado grandes desafios. Estamos em situação difícil, mas vamos sobreviver e prestar serviço àqueles que mais precisam”.
O presidente do hospital ainda afirmou que os princípios da unidade hospitalar são relacionados aos de Bolsonaro. “A Santa Casa de Juiz de Fora é um hospital católico regido pelas leis canônicas da igreja e segue os princípios cristãos, em profunda comunhão aos pensamentos e ideias do presidente. Nós colocamos ao dispor do presidente para levar a cabo o projeto de vida plena e saúde para todos”, completou.
Tom político
O tom político também se fez presente em alguns momentos. Como de costume, Bolsonaro fez críticas a gestões anteriores. Por outro lado, admitiu a existência de erros em seu governo. “Não é fácil ser presidente e tentar mudar o seu país. Ao longo de décadas, o Brasil foi indo para a esquerda e por um caminho que parecia que não teria mais como voltar à sua normalidade. Vocês não sabem a dificuldade para escolher o ministério e impor o seu nome, dada às pressões de outros grupos, que queriam o Poder Executivo da mesma forma como era anteriormente. Fizemos o possível. Errei em algumas escolhas, sim”, afirmou.
Sobre os pleitos de hospitais filantrópicos e santas casas, Bolsonaro pontuou que algumas questões precisam passar pelo Congresso. “Fizemos o possível para as santas casas. Os senhores devem se lembrar que os juros da Caixa Econômica estavam na casa dos 20%. Hoje, estão em 10%. Melhorou bastante”, ressaltou o presidente.
Por fim, Bolsonaro falou sobre a Proposta de Emenda à Constituição do Piso da Enfermagem (PEC 11/2022) aprovada na Câmara dos Deputados, em dois turnos, na última quarta-feira. Segundo o dispositivo, uma lei federal deve instituir pisos salariais nacionais para enfermeiros, técnicos e auxiliares de enfermagem e parteiras. “A tendência é sancionar”, apontou o presidente.