PJF promove mudanças em série a três meses do fim do mandato de Almas

Saídas do MDB e do Progressista serão efetivadas; mudanças estão relacionadas com movimentações partidárias para a sucessão municipal


Por Renato Salles

30/09/2020 às 20h37

As movimentações partidárias por conta do processo eleitoral para sucessão do prefeito Antônio Almas (PSDB), já em andamento, seguem provocando mudanças no primeiro escalão da Prefeitura de Juiz de Fora (PJF). Nesta quinta-feira, a expectativa é de que seja publicada uma série de exonerações de cargos comissionados ligados a partidos como o MDB e o Progressista. As duas siglas declararam apoio à candidatura da deputada estadual Sheila Oliveira (PSL).

Por outro lado, o PSDB de Almas integra o projeto que tem a delegada licenciada da Polícia Civil Ione Barbosa (Republicanos) como candidata ao Poder Executivo. As trocas devem atingir pelo menos quatro secretarias e, de certa forma, a Agência de Proteção e Defesa do Consumidor (Procon). As mudanças resultarão em uma maior presença do PSDB na Administração.

As exonerações devem atingir principalmente o MDB, partido do ex-prefeito Bruno Siqueira (MDB). Bruno renunciou à cadeira em abril de 2018, dando espaço para Almas, mas, até aqui, legendas que integraram seu projeto político permaneceram na Administração. No caso emedebista, será publicado o desligamento do secretário municipal de Segurança Urbana e Cidadania, José Sóter de Figueirôa. Ele é vice-presidente do diretório estadual do MDB.

Para seu lugar já foi definido o nome do substituto, trata-se da delegada aposentada da Polícia Civil Sônia Parma. Presidente do diretório municipal do MDB em Juiz de Fora, Paulinho Gutierrez também deixará a subsecretaria de Governo. Para seu lugar, a solução apresentada pelo prefeito foi caseira: o atual assessor da Secretaria de Governo Vinícius Lara assume a cadeira

Presidente do diretório municipal do Progressista, Aldimar Grunewald também deixará o Poder Executivo Municipal e sua exoneração também deve sair nesta quinta. Até aqui, Aldimar ocupava a gerência de departamento no Museu Mariano Procópio (Mapro). O nome do novo escolhido para o cargo de segundo escalão é o advogado Manoel Denezine. Ele já integrava a atual administração e ocupava uma cadeira de assessor no Demlurb.

Cabe destacar que tanto MDB e PP integravam a base de sustentação de Bruno Siqueira. Assim, outro integrante do primeiro escalão da Prefeitura próximo a Bruno deve ter sua exoneração publicada nesta quinta. Hoje titular da Secretaria de Meio Ambiente e Ordenamento Urbano (Semaur), Luís Cláudio Santos Pinto deve deixar a função. O nome de seu substituto também já foi definido e é mais uma solução caseira. Trata-se de Eduardo Schröeder. Atual superintendente do Procon, Schröeder assume a Semaur, mas seguirá respondendo pelo Procon de forma interina.

As mudanças resultarão ainda em um rearranjo interno nas secretarias de Governo e de Comunicação Pública. Atualmente, o jornalista Ricardo Miranda responde pelas duas pastas. A partir de agora, Ricardo seguirá dedicado ao comando da Segov, enquanto a Comunicação será comandada pelo também jornalista Zilvan Martins. Zilvan já exerceu a função de forma interina durante o último governo do ex-prefeito Custódio Mattos (à época no PSDB e hoje no Cidadania) entre 2009 e 2012.

Partido do prefeito e na chapa de Ione, PSDB ganha espaço na Administração

As mudanças generalizadas dão novo tom partidário aos últimos meses do Governo de Antônio Almas. Saem de cena MDB e PP, ganha força o PSDB, partido do prefeito, com os reposicionamentos de nomes como Eduardo Schröeder, Lúcio Sá Fortes e Jackson Fernandes Moreira Júnior, todos quadros tucanos.

De certa forma, o fortalecimento do PSDB dentro da Prefeitura reforça também o projeto encabeçado pela delegada licenciada da Polícia Civil Ione Barbosa. Com apoio dos tucanos, Ione pode ser considerada como a candidata da Administração. Inclusive pode ter contribuído para a indicação de Sônia Parma para o comando da Secretaria de Segurança Urbana e Cidadania, que integra o comitê gestor de campanha da candidata do Republicanos.

Ao comentar as trocas, o secretário de Governo, Ricardo Miranda, evitou falar sobre questões eleitorais, mas avaliou que o novo desenho da Administração se dá por conta “das circunstâncias políticas de momento.” Ainda de acordo com Ricardo, as trocas foram feitas da melhor forma, para garantir que o prefeito possa conduzir a cidade pelos próximos três meses. Assim, não devem acontecer novas mudanças significativas até o fim do mandato.

O secretário de Governo reforçou ainda o fato de que a grande maioria das escolhas privilegiaram opções caseiras e serão preenchidas por nomes que já estavam dentro da Prefeitura. Sobre a indicação de Sônia Parma, única exceção no perfil de indicados e que ingressa no Governo em sua reta final,

Ricardo destacou que trata-se de um quadro qualificado e que já esteve na Prefeitura, à frente da Casa da Mulher, durante a última gestão do ex-prefeito Custódio Mattos, à época no PSDB.

Eleições já haviam provocado mudanças recentes

O atual processo eleitoral já havia resultado em mudanças recentes na Prefeitura. Na semana passada, o Diário Oficial eletrônico do Município trouxe as exonerações do ex-superintendente da Funalfa e ex-secretário de Planejamento e Gestão, Rômulo Veiga. Os dois deixaram o Governo e agora integram o projeto que dá sustentação à candidatura da deputada Federal Margarida Salomão (PT), que tenta pela quarta vez chegar à Prefeitura de Juiz de Fora.

Nos dois casos, o prefeito Antônio Almas optou por soluções caseiras. Para a vaga de Zezinho, a opção foi pelo nome de Tamires Fortuna, que, até então, desempenhava a função de gerente do Departamento de Fomento à Cultura da Funalfa. Para a secretaria de Planejamento e Gestão, o escolhido foi Lúcio Sá fortes, que deixou a Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Turismo e Agropecuária (Sedeta). A pasta passou a ser respondida por Jackson Fernandes Moreira Júnior, que já integrava o segundo escalão da Prefeitura.

Os comentários nas postagens e os conteúdos dos colunistas não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é exclusiva dos autores das mensagens. A Tribuna reserva-se o direito de excluir comentários que contenham insultos e ameaças a seus jornalistas, bem como xingamentos, injúrias e agressões a terceiros. Mensagens de conteúdo homofóbico, racista, xenofóbico e que propaguem discursos de ódio e/ou informações falsas também não serão toleradas. A infração reiterada da política de comunicação da Tribuna levará à exclusão permanente do responsável pelos comentários.