Maior patrimônio de candidato à PJF é de quase R$ 86 milhões

Com o início da campanha eleitoral no último domingo (27), os dados dos candidatos à Prefeitura de Juiz de Fora (PJF) já estão disponíveis no sistema do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Uma informação que sempre chama a atenção é relativa aos bens declarados pelos concorrentes e a distância entre a realidade financeira de cada um dos competidores. O empresário Wilson Rezato (PSB) foi o que declarou o maior patrimônio, de quase R$ 86 milhões. Já a professora Lorene Figueiredo (PSOL) não possui qualquer patrimônio registrado, mas segundo sua equipe, os dados serão disponibilizados após retificação de documento enviado à Justiça Eleitoral. Desta forma, o concorrente com menor patrimônio é o servidor público Fernando Elioterio (PCdoB), que informou bens que totalizam R$ 81 mil.

Wilson, aliás, já era o candidato mais endinheirado nas eleições passadas. Em 2016, quando disputou a Prefeitura pela primeira vez, ele informou um patrimônio que somava, à época, R$ 62,6 milhões. A diferença entre a declaração entre um período o outro se dá acima das correções inflacionárias, com base nas perdas e desvalorização da moeda acumulada ao longo dos últimos quatro anos calculadas pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo calculado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Considerando a inflação, o patrimônio do empresário cresceu R$ 15 milhões no período.

A diferença entre o patrimônio de Wilson para os demais candidatos é gritante até mesmo quando comparado com os segundo e terceiro colocados da relação, únicos que, além do empresário, superam a marca de R$ 1 milhão. Assim, a segunda maior declaração de bens foi feita pela delegada licenciada da Polícia Civil Ione Barbosa (Republicanos), que informou uma relação de bens que soma pouco mais de R$ 1,5 milhão.

Na sequência, aparece o engenheiro Eduardo Lucas (DC), que declarou bens da ordem de quase R$ 1,3 milhão. Há quatro anos, Eduardo foi candidato a vice-prefeito na chapa encabeçada pelo deputado federal Lafayette Andrada (Republicanos, que, à época, estava no PSD). Na ocasião, declarou R$ 1.235.866,49. Neste caso, a variação no hiato de quatro anos se dá abaixo da inflação acumulada no período.

Com relação às demais candidaturas, o general da reserva Marco Felício (PRTB) declarou um patrimônio da ordem de R$ 704 mil; o pastor Aloízio Penido (PTC), de R$ 587 mil; e a deputada federal Margarida Salomão (PT), de 527 mil. Três declararam patrimônio entre R$ 100 mil e R$ 200 mil: a professora Victória Mello (PSTU), R$ 192 mil; o advogado Marcos Ribeiro (Rede), R$ 147 mil; e a deputada Sheila Oliveira (PSL), cerca de R$ 105 mil.

Sobre a candidata do PSOL, Lorene Figueiredo, a equipe da campanha esclareceu à Tribuna que, por um equívoco, “enviou um documento incorreto para o Tribunal Regional Eleitoral (TRE), que não foi levado em consideração pelo órgão” . “Por isso, a equipe jurídica da campanha enviará uma retificação com a declaração correta que constará que a candidata conta com um patrimônio composto por uma casa e um carro que juntos somam o valor de R$126.000,00”, diz nota encaminhada à reportagem.

Dois candidatos a vice têm patrimônio acima de R$ 1 milhão

Quando se leva em consideração os candidatos a vice-prefeito, a relação daqueles com patrimônios “milionários” aumenta. Vice na chapa da deputada Margarida Salomão, o vereador Kennedy Ribeiro (PV) informou à Justiça Eleitoral um patrimônio de R$ 3,1 milhões. Nas eleições de 2016, ele havia declarado bens que somam R$ 2,6 milhões. Assim, a variação fica ligeiramente acima da correção das perdas inflacionárias acumuladas nos últimos quatro anos, uma vez mais com base no IPCA. No limite da baliza, ainda parece o coronel veterano da Polícia Militar Alexandre Nocelli (DEM), candidato a vice-prefeito de Wilson Rezato, que declarou pouco mais de R$ 1 milhão em patrimônios.

Na sequência, aparecem a advogada Fabíola Espanhol (PTC), vice de Aloízio Penido, com R$ 280 mil em patrimônios declarados; o economista Rodrigo Gherardi (PSDB), vice de Ione Barbosa, com R$ 219 mil; o cabo licenciado da Polícia Militar Paulo Tristão (PRTB), vice de Marco Felício, com R$ 214 mil; o advogado João Antônio Carreira (DC), vice de Eduardo Lucas, com R$ 149 mil; o vereador Júlio Obama Jr. (Podemos), vice de Sheila Oliveira (PSL), com R$ 128 mil; o servidor público Luiz Carlos Torres (Kaizin, PCB), vice de Lorene Figueiredo, com R$ 90 mil; e o ex-conselheiro tutelar, Wellington Alves (PCdoB), vice de Fernando Elioterio, com cerca de R$ 13 mil. Já a trabalhadora em educação Célia Maria da Silva (Celinha, PSTU), vice de Victória Mello; e o estudante Matheus Soares (Avante), vice de Marcos Ribeiro, não informaram a posse de bens à Justiça Eleitoral.

Bens declarados pelos candidatos a prefeito

Wilson Rezato (PSB) R$ 85.817.216,60
Ione Barbosa (Republicanos) R$ 1.541.360,78
Eduardo Lucas (DC) R $1.297.223,28
Marco Felício (PRTB) R$ 704.105,58
Aloízio Penido (PTC) R$587.531,96
Margarida Salomão (PT) R$ 527.466
Victória Mello (PSTU) R$ 192.000
Marcos Ribeiro (Rede) R$ 147.000
Sheila Oliveira (PSL) R$ 104.650
Fernando Elioterio (PCdoB) R$81.155,80
Lorene Figueiredo (PSOL) Não consta bens cadastrados

Bens declarados pelos candidatos a vice-prefeito

Kennedy Ribeiro (PV) R$ 3.071.392,71
Alexandre Nocelli (DEM) R$ 1.045.000
Fernanda Espanhol (PTC) R$ 280.000
Rodrigo Gherardi (PSDB) R$ 219.509,29
Paulo Tristão (PRTB) R$ 214.237,40
João Antônio Carreira (DC) R$149.000
Júlio Obama Jr. (Podemos) R$ 128.297,97
Luiz Carlos Torres (Kaizin, PCB) R$ 90.000
Wellington Alves (PCdoB) R$ 12.712,00
Celia Maria da Silva (PSTU) Não consta bens cadastrados
Matheus Soares (Avante) Não consta bens cadastrados