Protesto pede revogação de terceirização


Por Renato Salles, Marcos Araújo e Vivia Lima

27/04/2017 às 06h00- Atualizada 27/04/2017 às 07h25

Centrais sindicais com representatividade na cidade e integrantes do Fórum Sindical Popular de Juiz de Fora realizaram uma plenária no fim da tarde de ontem, no Sindicato dos Bancários, no Centro, para decidir ações que serão adotadas no ato desta sexta-feira. Antes dos debates, representantes dos braços locais da Central Única dos Trabalhadores (CUT), da Central dos Sindicatos Brasileiros (CSB) e Central Sindical e Popular (CSP-Conlutas) concederam entrevista coletiva à imprensa. Além da posição contrária às propostas de reforma trabalhista e previdenciária apresentadas pelo Governo do presidente Michel Temer (PMDB), que vêm sendo debatidas no Congresso Nacional, as lideranças sindicais adiantaram que a mobilização irá levantar a bandeira da revogação da lei que libera o trabalho terceirizado em todas as atividades das empresas e várias atividades do Estado, aprovada e sancionada no mês passado.

As centrais demonstram ainda confiança de um ato substancioso com a presença de até cem mil pessoas nas ruas da cidade. Uma possível aprovação da reforma trabalhista pela Câmara dos Deputados ainda hoje, cronograma que chegou a ser previsto pelo presidente da Casa, o deputado federal Rodrigo Maia (DEM-RJ), não significaria desmobilização aos olhos dos sindicalistas. “Pelo contrário, à medida que o governo e sua base adotam ações que são verdadeiras manobras para acelerar esta votação, aumenta nosso estímulo de defender nossos direitos e posições que são sérias, convictas e solidárias”, disse o representante da CSP-Conlutas, Rubens Luiz Rodrigues.

Sindicalistas descartam relação com o feriado

Durante a coletiva, os sindicalistas ainda refutaram o argumento de grupos contrários à manifestação de que a paralisação do dia 28, às vésperas do feriado do dia 1º de maio, tenha intuito que não seja o protesto contra as reformas propostas pelo Governo. Para a representante da CUT, Aparecida de Oliveira Pinto, tais discursos são mais um esforço de alguns setores de desacreditar a mobilização em favor da manutenção de direitos trabalhistas históricos. “As reformas são cruéis. Fica cada vez mais claro que temos de um lado os trabalhadores, que têm seus direitos ameaçados, e, de outro, grupos ‘golpistas’ que tentam desacreditar a greve com tais argumentos”, considera. Para Rubens, da CSP-Conlutas, “o que vai construir a presença dos trabalhadores nas ruas não será o feriado, mas a posição firme contra as reformas propostas”.

Os sindicalistas afirmaram ainda que a manifestação de amanhã também funcionará como mais um recado para todos os parlamentares que computaram votos em Juiz de Fora nas eleições de 2014, em especial os três deputados federais eleitos com domicílio eleitoral na cidade: Júlio Delgado (PSB), Marcus Pestana (PSDB) e Margarida Salomão (PT). A cobrança é por posicionamento contrário às propostas de reformas trabalhista e previdenciária. “Uma das intenções do Fórum (Sindical e Popular) foi exatamente o de conseguir este posicionamento dos deputados. Isto precisa ficar muito claro nas próximas eleições”, considerou Joaquim Tavares, representante da CSB.

Por outro lado, a representante da CUT, Aparecida Pinto, lembrou que dois deputados da cidade já se posicionaram publicamente contra as reformas – Júlio e Margarida. “Estaremos pressionando ainda outros parlamentares da região”, afirmou. Rubens atacou a posição de Marcus Pestana, que, deste o início das discussões, tem se manifestado favorável ao avanço das propostas governistas. “Lamentavelmente, ele tem uma posição que é contrária aos direitos dos trabalhadores.”

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