Fúlvio Albertoni defende Empav ‘menor e mais produtiva’
Novo diretor-presidente defendeu a necessidade de uma reorganização estrutural da empresa pública
Anunciado como novo diretor-presidente da Empresa Municipal de Pavimentação e Urbanização (Empav) no último dia 16 de agosto, Fúlvio Albertoni afirmou, nesta segunda-feira (26), que o comando da empresa pública já começou a colocar em prática medidas para tentar sanear o órgão da Administração direta, hoje considerado deficitário com um passivo descoberto de R$ 22 milhões e dívidas com fornecedores da ordem de R$ 30 milhões.
Uma das principais apostas para a recuperação da Empav vem de um financiamento de R$ 90 milhões que vem sendo negociado pela Prefeitura de Juiz de Fora (PJF) junto à Caixa Econômica Federal. Proveniente do Programa de Financiamento para Infraestrutura e Saneamento (Finisa), parte dos recursos – R$ 30 milhões – deve ser utilizada para cobrir déficit financeiro de empresas públicas, e R$ 50 milhões destinados à pavimentação asfáltica, serviços estes que, ao menos em parte, poderão ser absorvidos pela Empav.
A Câmara Municipal já havia autorizado o Executivo a realizar a operação financeira. Contudo, por questões técnicas e de redação, a PJF encaminhou ao Legislativo, na última sexta-feira, uma mudança na legislação previamente aprovada. Assim, o diretor-presidente da Empav pede compreensão aos vereadores para que o dispositivo legal seja aprovado ainda nesta semana. A despeito disto, ainda de acordo com Fúlvio, o prefeito Antônio Almas (PSDB) esteve no Rio de Janeiro, no fim de semana, para dar trâmite à liberação de uma primeira parte dos recursos do Finisa, da ordem de R$ 60 milhões.
A consideração de Fúlvio foi feita durante entrevista à Rádio CBN Juiz de Fora. O diretor-presidente da Empav defendeu a necessidade de uma reorganização estrutural da empresa pública, que pode ser reduzida em busca de maior eficiência. Assim, uma diminuição no número dos cerca de 400 funcionários do órgão, que têm vínculo celetista, não está descartada. “Quase 90% de toda a receita da empresa é para pagar folha. Temos que buscar reduções para, de fato, dar uma nova vida para esta empresa.”
“Hoje é um empresa deficitária que gera mais despesas do que receitas. O desafio é reverter isto para buscar o equilíbrio. A Empav tem que ser revista estruturalmente. Rever de fato qual é a finalidade da empresa, o que ela pode gerar e como ela pode ser custeada”, afirmou Fúlvio. Ele admitiu ainda que a empresa volte o foco para serviços de pavimentação, sinalizando que operações ligadas à iluminação pública deverão ser transferidas para a Prefeitura.
Fúlvio, que também ocupa a titularidade da Secretaria Municipal de Fazenda, afirmou que, durante diagnóstico interno sobre a situação da Empav feito pela Prefeitura, outros caminhos, como a incorporação da empresa à Secretaria de Obras e, até mesmo, a extinção do órgão, chegaram a ser cogitados. “Poderia ser um caminho a ser tomado. Mas o prefeito Antônio Almas entende que a pavimentação asfáltica não pode estar apenas nas mãos de terceiros, afirmou, defendendo a adoção de uma estrutura “menor e mais produtiva”, como atalho para a recuperação da saúde financeira do órgão.