Servidores estaduais da educação participam de audiência em dia de paralisação
Campanha salarial foi o tema de evento da Câmara, com foco em projeto de lei estadual, auxiliares de serviços e ação iniciada pelo governo em 2022
A Câmara Municipal de Juiz de Fora realizou uma audiência pública para tratar da situação da rede estadual de educação, nesta sexta-feira (26), dia de paralisação anunciada na quinta-feira (25) pelos servidores.
Esse foi o primeiro dia, na Zona da Mata, de uma série de paralisações regionais que serão feitas no final deste mês e ao longo de maio, informou a coordenadora do Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais (Sind-UTE/MG), Denise de Paula Romano.
Ela focou suas reclamações em dois pontos: o Projeto de Lei nº 2238/2024, que determina novas condições de assistência à saúde pelo Instituto de Previdência dos Servidores do Estado de Minas Gerais (Ipsemg), e a situação das Auxiliares de Serviços de Educação Básica (ASB), “que recebem menos do que um salário mínimo e estão adoecidas pela falta de condições de trabalho e equipamentos de segurança”. Neste ponto, Maria Raimundo Cardoso Almeida, diretora estadual de Juiz de Fora, reforçou o protesto.
O deputado estadual Betão (PT) falou sobre outro aspecto que considera preocupante e uma tendência na educação, o Projeto Somar: “As escolas de ensino médio, ele entrega para Organizações Sociais. Então retira todos os professores, entrega para uma Organização Social, que é uma entidade privada sem fins lucrativos, e essa entidade vai contratar os professores, por outro vínculo, celetista”. “Quando você não está na rede pública, você pertence à rede privada e tem que obedecer o reajuste e o plano carreira do Sinpro [Sindicato dos Professores]. (…) Como o salário do Sinpro Minas é maior, eles não estão contratando os professores como professores, estão contratando como instrutores de educação, caindo no piso de instrutores, que é abaixo do piso da rede privada”, completou.
A Tribuna demandou um posicionamento da Secretaria de Estado de Educação de Minas Gerais (SEE-MG) e aguarda retorno.
A audiência foi um pedido das vereadoras Cida Oliveira (PT), Laiz Perrut (PT) e Tallia Sobral (PSOL).