Greve geral ganha adesão de motoristas e cobradores

Representantes das entidades que integram o Fórum Sindical e Popular de Juiz de Fora se reuniram no fim da tarde desta segunda-feira (24) para deliberarem sobre ato agendado para a próxima sexta-feira, 28 de abril, na mobilização chamada de greve geral. A manifestação está marcada para as 9h da manhã na Praça da Estação, no Centro, e reforçará o posicionamento de várias categorias contrário aos projetos de reformas da Previdência e trabalhista propostos pelo Governo do presidente Michel Temer (PMDB). As paralisações devem afetar diversos setores, com o comprometimento do funcionamento de escolas, órgãos públicos, agências bancárias, indústrias e do transporte coletivo urbano da cidade, uma vez que o Sindicato dos Trabalhadores em Transporte e Trânsito (Sinttro) confirmou à reportagem que está convocando a categoria a cruzar os braços entre a meia-noite de quinta-feira e 10h de sexta.
Segundo o presidente do Sinttro, Vagner Evangelista, não foi deliberada a manutenção de um percentual mínimo durante o período em que a categoria pode paralisar as atividades. “Vamos parar a partir de meia-noite e retomar as atividades pela manhã. A adesão foi definida em assembleia na semana passada, e já estamos conversando com a categoria.” Além da representação dos rodoviários, outras categorias já confirmaram participação na greve geral, segundo representantes do Fórum Sindical e Popular.
As aulas em todas as esferas devem ser comprometidas. Isto porque os sindicatos que representam a rede privada e a rede municipal (Sindicato dos Professores – Sinpro); estadual (Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação – Sind-UTE) e federal (Associação dos Professores de Ensino Superior – Apes) já confirmaram adesão à paralisação. Aliás, no caso das instituições federais de ensino, também devem cruzar os braços os técnico-administrativos da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), o que pode afetar serviços como biblioteca e transporte coletivo internos.
Na esfera municipal, também cruzam os braços as diversas categorias do funcionalismo público representadas pelo Sindicato dos Servidores Públicos de Juiz de Fora (Sinserpu). Assim, vários serviços da Administração poderão ser afetados, incluindo o funcionamento de creches, unidades de saúde e atividades como pavimentação e obras. Como ocorrido em outras mobilizações, deverão ser respeitadas exigências legais, como, por exemplo, manutenção de percentual mínimo de 30% dos servidores em unidades de urgência e emergência. De acordo com o presidente do Sinserpu, Amarildo Romanazzi, a expectativa do Fórum Sindical é de aumentar a participação de manifestantes no ato da próxima sexta-feira em relação a manifestações similares que teriam reunido cerca de 20 mil pessoas em cada um dos atos realizados nos últimos dias 15 e 31 de março.
Outras categorias do setor privado também podem engrossar o movimento. O Sindicato dos Metalúrgicos de Juiz de Fora e Região deve fazer encontros com os diversos núcleos que integram a categoria para mobilizar os profissionais. O mesmo acontece com os bancários. No ato passado, do último dia 31, o Sindicato do Bancários Zona da Mata e Sul de Minas (Sintraf/JF) estimou que a paralisação poderia atingir mais de 40 estabelecimentos e 700 trabalhadores, previsão que se repete para a próxima sexta feira. O Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Comunicação Postal, Telegráfica e Similares de Juiz de Fora e Região (Sintect/JFA), os profissionais dos Correios, também confirmou participação no movimento.
Uma plenária, na quarta-feira, deve acertar os últimos detalhes da mobilização. Há expectativa de que os manifestantes voltem a caminhar pelas ruas centrais de Juiz de Fora, como ocorreu nos dois atos do mês passado. Até lá, os trabalhos de mobilização serão constantes. Entre eles, devem ser mantidas ações como panfletagens, que têm sido realizadas em vários pontos da cidade há alguns dias.