Vereadores manifestam apoio à efetivação de secretário interino

Rodrigo Almeida assumiu comando da Secretaria de Saúde de Juiz de Fora após pedido de exoneração feito por Márcio Itaboraí


Por Renato Salles

16/04/2020 às 19h50

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Secretário adjunto de Saúde falou sobre leitos disponíveis para tratamento de pacientes com Covid (Foto: Fernando Priamo)

Representantes da Prefeitura de Juiz de Fora (PJF) compareceram na tarde desta quinta-feira (16) à Câmara Municipal para esclarecer dúvidas sobre as ações adotadas pelo Município no enfrentamento à pandemia da Covid-19. Além dos secretários de Desenvolvimento Econômico, Turismo e Agropecuária (Sedeta), Rômulo Veiga, e Meio Ambiente e Ordenamento Urbano (Semaur), Luis Cláudio Santos Pinto, o secretário adjunto da Secretaria de Saúde (SS), Rodrigo Almeida, que comanda interinamente a pasta desde a exoneração de Márcio Itaboraí (e deixou a função a pedido), falaram pelo primeiro escalão do Poder Executivo. Ao longo da sessão, Rodrigo teve sua permanência como titular da secretaria defendida por vários parlamentares.

Durante a audiência, os vereadores levaram aos representantes do Executivo perguntas diversas sobre o tema. Algumas questões como a disponibilidade de equipamentos de proteção individual (EPIs) e a utilização de recursos oriundos das emendas dos parlamentares destinadas à saúde municipal, bem como de verbas recebidas pelo Município por meio de transferências do Estado e da União foram recorrentes. Sobre os EPIs, Rodrigo afirmou que foi realizada uma compra recente e outra já está em processamento. “Cerca de R$ 2 milhões já foram gastos, empenhados e liquidados, entregues ao Município, em EPIs. Mais R$ 3 milhões estão em empenhamento, aguardando o recebimento.”

Ainda segundo Rodrigo Almeida, “o Município tem realizado diversas frentes de organização e planejamento para enfrentar o momento de pico e de elevação do número de casos”. Assim, o secretário interino de Saúde afirma que se trabalha para a ampliação do número de leitos disponíveis na cidade, em especial, daqueles de terapia intensiva. Ele voltou a reforçar que os dois hospitais definidos como referência na cidade, conforme deliberação da Secretaria de Estado de Saúde, são o Hospital Regional João Penido e o Hospital Universitário. No entanto, a despeito de tal destaque, a Prefeitura segue trabalhando para tentar ampliar o número de leitos nas redes pública e privada já existentes na cidade.

“Verificamos que somente estes dois hospitais não dão conta de toda demanda que pode vir para Juiz de Fora de outras cidades. Por isto, estamos trabalhando para ampliar os leitos.” Neste sentido, apesar de considerar a rede da cidade robusta, em especial na oferta de leitos de enfermaria, a opção pelo erguimento de um hospital de campanha em um futuro, a depender do avanço da pandemia na cidade, não está descartada. “Porém, se tomarmos medidas de, imediatamente, optar pelo hospital de campanha, vamos evitar que busquemos a rede de leito às unidades já existentes”, disse, alertando foco redobrado para a ampliação destes espaços na rede particular.

Ainda segundo Rodrigo, hoje a cidade tem 37 leitos de terapia intensiva vocacionados e reservados para pacientes que desenvolverem casos graves da Coid-19 e, até a tarde desta quinta, 16 estavam ocupados. “Na semana passada, não ultrapassavam dez leitos. Tivemos um crescimento significativo no período”, ponderou, reforçando a necessidade dos trabalhos de ampliação dos leitos. A situação, no entanto, recebe um olhar dinâmico por parte do Município como ressaltou Rômulo Veiga. “Temos leitos vocacionados, mas temos também um overview, que é uma visão geral da rede, pois casos de emergência deverão sempre ser direcionados para leitos disponíveis.”

Medidas restritivas

Titular da Sedeta, Rômulo apresentou um gráfico mostrando que a situação de Juiz de Fora em relação aos casos e óbitos da Covid-19 poderia ser pior caso as medidas restritivas como as de isolamento social não tivessem sido decretadas pelo Município. Ele também detalhou como a Prefeitura pretende utilizar de um call center para realizar a triagem dos caso e o direcionamento de possíveis pacientes. Segundo o secretário, a medida ajudará a Prefeitura a ter um melhor quadro do real cenário pandêmico na cidade enquanto não for possível a realização de testes em média e grande escala.

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