Rodrigo Mattos se despede da presidência da Câmara

A poucos dias da eleição para chefia da Mesa Diretora, vereador faz balanço de sua gestão e fala sobre possibilidade de chegar ao Legislativo federal


Por Renato Salles

09/12/2018 às 07h00

Rodrigo
(Foto: Fernando Priamo/ Arquivo TM)

Presidente da Câmara Municipal de Juiz de Fora, o vereador Rodrigo Mattos (PHS) vai fechar, simbolicamente, seu último ano à frente da Mesa Diretora nesta sexta-feira (14), quando será realizada a eleição para definir seu sucessor. Até aqui, os vereadores Kennedy Ribeiro (MDB) e Luiz Otávio Coelho (Pardal, PTC) se apresentam como opções. Ao todo, Rodrigo irá cumprir quatro anos no comando do Poder Legislativo após dois mandatos, nos biênios 2015/2016 e 2017/2018. No período, o parlamentar enfrentou momentos de turbulência, com constantes presenças de manifestantes nas galerias do Palácio Barbosa Lima – como na ocupação do prédio contra o aumento da passagem de ônibus em outubro de 2017 -; assistiu à renúncia do ex-prefeito Bruno Siqueira (MDB) em abril deste ano; realizou um concurso público para o preenchimento de 30 vagas na Casa Legislativa; consolidou a JFTV Câmara em canal aberto; e, ele mesmo, trocou de partido, indo do PSDB para o PHS para tentar, sem sucesso, ser eleito deputado federal.

“Estamos vivendo um período que mistura um pouco da sensação do dever cumprido com um pouco de saudades. Foram quatro anos bastante produtivos, e consegui realizar muitas coisas que tinha em mente. A primeira delas é a TV em canal aberto. Isto mudou a cara do Legislativo. Hoje, a população tem acesso a tudo o que os vereadores fazem, se eles vão ou não às sessões e como eles votam. Isto trouxe uma transparência total. Também realizamos o maior concurso público da história do Poder Legislativo, que será homologado agora em dezembro. Conseguimos trazer a população para perto da Câmara, com a realização de eventos de Carnaval e Natal. Ainda modernizamos o sistema interno da Câmara. Hoje, quase não usamos mais papel e informatizados os processos”, avaliou Rodrigo, em balanço feito em entrevista ao programa Pequeno Expediente, da Rádio CBN Juiz de Fora.

Para além do impeditivo legal do regimento interno da Câmara, que veta a reeleição do presidente em um mesmo mandato legislativo, Rodrigo afirmou que não teria interesse de seguir no cargo por defender a alternância de poder. “Dei minha contribuição e acho que agora é hora de passar a outro vereador. Isto é muito saudável. Confesso que estou com vontade de voltar minha atuação como vereador, focar em projetos de lei e nas discussões de plenário, uma vez que o presidente exerce muito um papel de juiz e de coordenador dos trabalhos”, considerou. Atual presidente, ele apoia a candidatura de Kennedy para o comando da Mesa Diretora.

“Acho que agora é hora de passar a outro vereador. Isto é muito saudável. Confesso que estou com vontade de voltar minha atuação como vereador, focar em projetos de lei e nas discussões de plenário, uma vez que o presidente exerce muito um papel de juiz e de coordenador dos trabalhos”

Na suplência

Sobre o futuro, Rodrigo considerou ainda a possibilidade de conseguir uma vaga na Câmara dos Deputados após ter ficado com a primeira suplência da coligação PHS/PRP, que elegeu Marcelo Aro (PHS) e Franco Cartafina (PHS). Há a expectativa de que Franco possa disputar a prefeitura de Uberaba e, caso eleito, abrir caminho para o vereador juiz-forano seguir para Brasília, apesar de Rodrigo destacar que este não é seu foco no momento. “Ele teve 48 mil votos em Uberaba e é uma força política grande no município. É novo e tem um histórico político local, uma vez que o avô já foi prefeito da cidade. Há esta especulação que pode acontecer ou não. Mas o importante é focar na nossa cidade, independentemente do que vier a acontecer.”

Outra possibilidade seria um possível afastamento de Marcelo Aro, deputado federal reeleito, que é alvo de ação ajuizada no Tribunal Regional Eleitoral de Minas Gerais (TRE) pelo diretório nacional do PHS, que pede que o parlamentar, ex-presidente nacional do PHS, seja investigado por possível abuso de poder econômico. Sobre o processo, entretanto, o presidente da Câmara evitou se manifestar. “Prefiro não comentar.” Primeiro na linha de sucessão da Prefeitura após a renúncia do ex-prefeito Bruno Siqueira e da posse de Antônio Almas (PSDB), atual chefe do Executivo, Rodrigo não chegou a assumir a cadeira de prefeito. A partir de 2019, Kennedy ou Pardal assumirão o primeiro lugar na fila da linha sucessória em caso de ausência de almas.

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