Estado dá início a reparo de respiradores sem uso
Secretário de Saúde disse que consertos já estão sendo realizados, mas não detalhou quantidade ou destinação
A Secretaria de Saúde de Minas Gerais informou, em entrevista coletiva via transmissão on-line nesta quinta-feira (7), que o governo estadual deu início ao reparo de respiradores que estavam estragados e sem uso em unidades hospitalares de todo o Estado. Sem detalhar número de equipamentos e origem, o secretário de Estado de Saúde, Carlos Eduardo Amaral, explicou que a captação dos aparelhos foi feita pela Polícia Militar. Ainda não foi divulgada a data em que os equipamentos estarão prontos para o uso. Mesmo com o aumento diário de casos e óbitos por coronavírus, Minas ainda tem número bem abaixo se comparado a estados como São Paulo e Amazonas, porém, o titular da pasta destacou que “os bons resultados de hoje não garantem absolutamente nada”, reforçando que está mantido o distanciamento social em Minas Gerais.
Segundo ele, em relação aos respiradores que serão consertados, o Governo de Minas fará contato com as instituições que são proprietárias dos equipamentos para confirmar se elas têm interesse que eles retornem para elas ou se pensam em encaminhá-los para outro local. “Buscamos os equipamentos em toda a rede do estado com o objetivo de reformá-los para que voltem à sua função. Nós conseguiremos devolvê-los para hospitais que já tinham respiradores e que já tinham a expertise para usá-los. Para nós é muito importante, pois é uma expansão de leitos, com medida inteligente e razoavelmente rápida”.
Atualmente, Minas tem 4.650 respiradores vinculados ao SUS e mais 2.100 ventiladores ativos, prontos para uso nas UTIs. O secretário pontou que foram comprados outros mil equipamentos, e que o Estado aguarda a entrega. “Além disso, aguardamos mais um chamamento para compra de respiradores”, comentou.
Governo disponibiliza mais de 360 leitos de UTI
Em anúncio sua redes sociais nesta quinta, o Governado Romeu Zema (Novo) comunicou a disponibilização de 368 leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) distribuídos em todas as regiões do estado. De acordo com o chefe do Executivo, os leitos já existiam nos hospitais do estado, mas estavam inabilitados por falta de equipamentos ou de utilização. A reativação de mais de 90% destes leitos foi feita em hospitais do interior, conforme Zema. Os recursos utilizados são municipais, estaduais, federais e da iniciativa privada, segundo o Governo. Com o incremento, Minas terá 11.967 leitos clínicos e 2.381 leitos de UTI na rede pública. Estão previstas novas ampliações para os próximos dias.
Na coletiva concedida à imprensa, o secretário de Saúde não citou a ampliação do número de leitos, mas afirmou que Minas tem, hoje, 63% dos leitos de UTI e 66% dos leitos clínicos do SUS ocupados. Conforme a Agência Minas, nos leitos de UTI, 6% da ocupação é referente a 136 pacientes internados em decorrência da Covid-19. Outros 486 estão em leitos clínicos, um total de 4%.
Apesar de os números serem considerados baixos, o secretário pontuou que é preciso ter cautela. “Reduzimos muito a projeção de pico da doença, mas não me sinto muito confortável de falar se na ocorrência de um pico, nós teremos, com certeza absoluta, a quantidade de leitos necessários. Isso depende da forma que este pico vier e do comportamento do isolamento”, disse.
O secretário destacou também que o avanço diário da doença está sendo mantido, não tendo grande elevação a cada 24 horas. Porém, ele comentou que não se pode falar em taxa baixa da doença no Estado, mas sim que há “um certo controle”. “Minas tem tido resultado razoável, mas estamos sob risco de aumento como qualquer lugar do mundo está. A coisa não está resolvida. Não entendo que estamos com capacidade ociosa e facilidade para ceder leitos para outros estados como se não fôssemos ter casos. Estamos projetando (o pico) para mais para frente, mas tudo leva crer que este aumento vai ter necessidade de atenção do todo sistema de saúde do Estado”, afirmou.
Recomendações de isolamento continuam
O secretário estadual de saúde frisou que mesmo com o programa Minas Consciente, que prevê, entre outras coisas, abertura gradual do comércio, conforme perfil epidemiológico das regiões, estão mantidas as recomendações de isolamento social, distanciamento social, uso de máscara e higiene. “O Minas Consciente tem seus níveis, suas ondas, então é muito importante que, principalmente em cidades menores, que têm alguma restrição de atendimento médico, de estruturação da saúde, que a população tenha uma aderência grande às nossas orientações. Não podemos perder todo esforço que fizemos até agora por conta de uma mudança muito grande de comportamento”, afirmou, destacando que a tentativa é tornar mais lenta a contaminação.
Carlos Eduardo destacou que o “Minas Consciente não é, de forma nenhuma, um programa de relaxamento. É um programa para manter isolamento adequado, que permite uma avaliação diária. Não teremos problema nenhum em falar para uma região voltar atrás ou avançar”, disse. O secretário adjunto de saúde, Marcelo Cabral, disse que está sendo levantado pela Secretaria de Desenvolvimento Econômico quantas prefeituras aderiram ao programa.