Professores da rede municipal de JF aprovam paralisação de 48 horas

Categoria cruza os braços nos dias 12 e 13 contra nova carreira proposta pela Prefeitura


Por Renato Salles

06/02/2020 às 20h39

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Decisão foi tomada em assembleia realizada nesta quinta (Foto: Divulgação/Sinpro)

Os professores da rede municipal de ensino de Juiz de Fora irão paralisar suas atividades nas próximas quarta e quinta-feira, dias 12 e 13, respectivamente. A decisão foi tomada de forma colegiada em assembleia realizada nesta quinta-feira (6), no Ritz Hotel. Também nesta quinta, os docentes cruzaram os braços para a realização do encontro da categoria. Segundo balanço do Sindicato dos Professores (Sinpro), 77% dos docentes aderiram à paralisação. Por sua vez, a Secretaria Municipal de Educação afirmou que 39 escolas aderiram à mobilização convocada pelo Sinpro.

Além da deliberação de paralisação de dois dias para a próxima semana, os professores da rede municipal também decidiram pela realização de nova assembleia na próxima quarta-feira, com indicativo de greve. Na quinta, a categoria deve acompanhar audiência pública na Câmara agendada para debater a necessidade de realização de um novo concurso público para o preenchimento de cargos efetivos na rede municipal de educação. O debate será realizado a partir de requerimento apresentado pelo vereador Juraci Scheffer (PT).

Os servidores afirmam que a mobilização é em defesa da carreira dos docentes e consideram que a Prefeitura de Juiz de Fora (PJF) insiste na criação de um novo plano de carreira para futuros professores, proposta que já foi rejeitada pela categoria em Assembleia, que considera que a mudança sinalizada significa retirada de direitos.

A resistência se dá à sinalização da PJF de que, para a realização de um concurso para a contratação de cerca de 900 profissionais para a rede municipal de educação, é necessária a criação de uma nova carreira de professor, com jornada de 30 horas semanais. Os docentes do atual quadro têm jornada de 20 horas. Os professores defendem a realização da seleção pública para a recomposição do quadro efetivo do magistério, no entanto, querem que o concurso seja realizado nos mesmos moldes que balizam as carreiras em vigência.

Recentemente, a Prefeitura reforçou que mantém canal de diálogo aberto com os representantes dos docentes e se diz disposta a ouvir sugestões para aprimorar a proposta. No entanto, há certa pressa, uma vez que o intuito é de lançar o concurso ainda este ano, último da atual gestão do prefeito Antônio Almas (PSDB).

A construção de um entendimento parece cada vez mais distante, uma vez que, no final do ano passado, o Município já havia revelado a intenção de encaminhar o projeto de lei que autoriza a realização da seleção pública à Câmara este mês, e as sessões legislativas de fevereiro se encerram no próximo dia 18.

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