Operadores de telefonia são alvo de questionamentos sobre problemas no serviço em Minas
Vivo, Claro e Tim mandaram representantes a audiência pública na ALMG, assim como a Anatel
A Comissão de Defesa do Consumidor e do Contribuinte da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) realizou uma audiência pública nesta terça-feira (4), para debater a qualidade dos serviços prestados pelas operadoras de telefonia móvel no estado. Representantes das empresas Vivo, Claro e Tim participaram das discussões, assim como da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel).
Na audiência, o gerente de relações institucionais da Vivo Minas, Ricardo Mascarenhas Lopes Cançado Diniz, afirmou que não é possível estabelecer um padrão único de qual seria o tamanho da demanda, uma vez que várias antenas atendem a um número de pessoas que não é estático, transitando de acordo com uma utilização maior ou menor. “A gente não faz oferta de venda acima da capacidade. O que acontece, ocasionalmente, é uma perda de capacidade”. O representante da operadora atribuiu a questão, principalmente, a atos de vandalismo direcionados às torres de telefonia.
O deputado estadual Doorgal Andrada (PRD), que realizou o questionamento, considerou que a resposta ainda não justificava os problemas. “A partir do momento que a companhia de telefone oferece um serviço, ela tem que garantir para que não haja eventuais questões no meio do caminho, para que, quem está pagando, deixe de receber o serviço”.
Também a respeito do mesmo ponto, o coordenador de operação da Claro, Ildelano Ferreira, afirmou que não há oferta acima da capacidade. Ele alega que “os índices de qualidade e até as medições das taxas de conexão de dados já refletem isso muito bem. Isso é atestado por órgãos que estão fora da Claro”.
Porém, o gerente regional do estado da Anatel, Otávio Barbosa da Silva Soares, contrapôs que a agência tem percebido o indicador de qualidade, muitas vezes levando uma informação para a Anatel que não condiz com a experiência do usuário. “Para cada problema desse, é necessário que o consumidor exerça o direito de reclamar. Ele passa primeiramente pelo canal de atendimento da prestadora, mas, não tendo a solução do problema dele, deve escalar isso para um órgão regulador, como o Procon, e aí a Agência vai atuar em cima daquela reclamação”, recomenda.
A reclamação foi justamente a única orientação dada pelo assessor jurídico da Tim, Clêinis de Faria e Silva – que chegou após os primeiros questionamentos feitos pelos parlamentares: “Entre em contato com a operadora, faça a sua manifestação e a empresa vai verificar a possibilidade de atender aquela cobertura dentro do planejamento daquela localidade”. Ele também afirmou que anotou os nomes dos representantes políticos de diversas cidades mineiras que manifestaram reclamações, “para entender melhor o problema e realizar essas avaliações de caso a caso”.
Uma das reclamações do público foi, inclusive, relacionada ao grande acúmulo de fiações nos postes, gerando risco de acidentes, que já foi debatida na Câmara Municipal de Juiz de Fora em fevereiro deste ano e permanece sem solução.