Greve dos tanqueiros continua e preocupa; JF ainda não sente impactos

Belo Horizonte já registra desabastecimento em alguns postos. Na cidade, movimento permanecia inalterado, sem filas, nesta quinta-feira


Por Gabriel Silva e Ester Vallim, sob supervisão da editora Fabíola Costa

21/10/2021 às 11h36- Atualizada 21/10/2021 às 20h52

A greve deflagrada pelo Sindicato das Empresas Transportadoras de Combustíveis e Derivados de Petróleo de Minas Gerais (Sindtanque-MG), nesta quinta-feira (21), prossegue no estado. O movimento começou na madrugada e continuou durante todo o dia, com as atividades das transportadoras suspensas, totalizando cerca de 800 caminhões.

Segundo o Sindtanque-MG, os transportadores estão concentrados nas portarias da BR Distribuidora, ao lado da Refinaria Gabriel Passos (Regap), e das principais distribuidoras de combustíveis, como Shell, Ipiranga e Ale, em Betim. Em protesto contra o ICMS dos combustíveis em Minas e os altos custos dos combustíveis praticados pela Petrobras, dois caixões, simbolizando a “morte do frete”, foram colocados na entrada da BR Distribuidora. O movimento também conta com adesão no Rio de Janeiro e no Espírito Santo e segue sem previsão de término.

Até por volta das 19h, o Governo de Minas ainda não havia se pronunciado sobre as demandas apresentadas pela categoria. A Tribuna esteve nas ruas, no final da tarde desta quinta, para verificar a procura nos postos de combustíveis da cidade e constatou movimentação normal, sem filas, considerando o fluxo intenso de carros típico do horário. Os postos de Juiz de Fora são abastecidos com combustíveis provenientes do Rio de Janeiro e também da Região Metropolitana de Belo Horizonte.

O Sindicato do Comércio Varejista de Derivados do Petróleo do Estado de Minas Gerais (Minaspetro) informou que a maioria das regiões do estado está sendo prejudicada pela greve, tendo em vista que a base em Betim é estratégica para a distribuição de combustíveis. Ainda segundo a entidade, os postos com estoques reduzidos apresentam problemas de abastecimento. Em Belo Horizonte, já havia falta de produto em alguns postos da região metropolitana, segundo o jornal O Tempo.

Por meio de sua assessoria, o Minaspetro informou que entrou em contato formalmente com o Governo de Minas e apontou que uma das soluções para as demandas apresentadas seria o congelamento do Preço Médio Ponderado ao Consumidor Final (PMPF), base de cálculo para a incidência do ICMS. De acordo com o sindicato, o congelamento conteria, momentaneamente, a escalada dos valores nas bombas.

Crítica ao Governo
Em pronunciamento, o presidente do Sindtanque-MG, Irani Gomes, criticou a falta de política governamental para conter o valor dos combustíveis. “Nós não aguentamos mais as altas dos combustíveis. O óleo diesel representa, hoje, quase 70% do valor do frete. As transportadoras estão quebrando. Pedimos a sensibilidade do Governo, mas o Governo não está se importando com a categoria que, hoje, carrega mais de um terço da economia do estado. Estamos com os braços cruzados até que o Governo se sensibilize e olhe para a categoria”, afirma.

A greve é acompanhada por viaturas da Polícia Militar, mas a movimentação ocorria de forma pacífica nesta quinta-feira. Nas rodovias da região de Juiz de Fora, não havia nenhuma paralisação, informou a Polícia Rodoviária Federal (PRF).

Gasolina em 2021 dispara e reflete em manifestações

Reportagem publicada pela Tribuna nesta quinta-feira revela que o preço da gasolina chega a custar quase R$ 7 em postos de Juiz de Fora. O valor pago pelo combustível aumentou após o último reajuste anunciado pela Petrobras, no início deste mês, depois de 58 dias de estabilidade. Na semana seguinte, após o aumento nas refinarias entrar em vigor, os postos na cidade registraram alta de 4,7% no preço médio da gasolina, de acordo com o último levantamento feito pela Agência Nacional de Petróleo (ANP). Em janeiro, o valor do combustível chegava a R$ 5,16, passando a subir com os constantes reajustes de taxas nas refinarias.

Com a alta nos preços, os taqueiros iniciaram movimentos grevistas ou ameaçaram paralisações constantemente ao longo do ano. Em fevereiro, manifestação contra o Governo de Minas Gerais chegou a afetar o abastecimento em Juiz de Fora. Após dois dias, entretanto, os caminhoneiros interromperam as atividades e o movimento nos postos foi normalizado.

Em setembro, a categoria voltou a deflagrar greve em Minas Gerais. A data escolhida para o início do movimento foi o dia 7 de setembro, dia em que tanqueiros de outros estados brasileiros também ensaiaram uma paralisação. No dia seguinte, os caminhoneiros voltaram a circular normalmente pelas rodovias do estado.

A categoria voltou a ameaçar uma paralisação no dia 9 de setembro, anunciando redução pela metade na distribuição de combustível em Minas Gerais. A ameaça aconteceu menos de uma semana antes de reunião de representantes dos tanqueiros com o governador Romeu Zema (Novo), mas não chegou a afetar o estoque dos postos de combustível de Juiz de Fora.

Protestos recorrentes

Com as sucessivas majorações, os tanqueiros iniciaram movimentos grevistas ou ameaçaram paralisações constantemente ao longo do ano. Em fevereiro, manifestação contra o Governo de Minas Gerais chegou a afetar o abastecimento em Juiz de Fora. Após dois dias, entretanto, os caminhoneiros interromperam a paralisação, e o movimento nos postos foi normalizado.

Em setembro, a categoria voltou a deflagrar greve em Minas Gerais. A data escolhida para o início do movimento foi o dia 7 de setembro, dia em que tanqueiros de outros estados brasileiros também ensaiaram uma paralisação. No dia seguinte, no entanto, os caminhoneiros voltaram a circular normalmente pelas rodovias do estado.

A categoria voltou a ameaçar uma paralisação no dia 9 de setembro, anunciando redução pela metade na distribuição de combustível em Minas Gerais. A ameaça aconteceu menos de uma semana antes de reunião de representantes da categoria com o governador Romeu Zema (Novo), mas não chegou a afetar o estoque dos postos de combustível de Juiz de Fora.

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