Justiça determina que conselho de farmácia reative registro de profissional cancelado sem motivo legal

TRF-6 decide que ficar sem atuar como farmacêutico não é motivo suficiente para exclusão do registro e anula processo feito pelo CRF-MG


Por Tribuna

19/05/2025 às 12h18

Um farmacêutico teve seu registro profissional cancelado pelo Conselho Regional de Farmácia de Minas Gerais (CRF-MG) por não estar exercendo a profissão há um “longo tempo”. No entanto, a Justiça entendeu que o cancelamento foi ilegal e determinou que o registro seja reativado.

A decisão foi tomada pela Terceira Turma do Tribunal Regional Federal da 6ª Região (TRF-6), no dia 21 de outubro de 2024, e divulgada pelo órgão na última sexta-feira (16). Os desembargadores reconheceram que houve falhas no processo administrativo que resultou na exclusão do profissional, e que a falta de atuação na área não é, por si só, motivo válido para cancelar o registro.

O relator do caso, desembargador federal Dolzany da Costa, explicou que o CRF-MG não seguiu o devido processo legal e que a intimação enviada ao farmacêutico para justificar o cancelamento não tinha base nos fatos nem na lei. Por isso, todo o processo foi considerado nulo.

Ainda conforme a decisão, a legislação não permite que conselhos profissionais cancelem registros apenas porque o profissional está sem exercer a função. O desembargador também destacou que normas internas dos conselhos não podem criar novas obrigações ou punições sem previsão em lei.

Com isso, o Tribunal determinou que o CRF-MG reative o registro do farmacêutico e não cancele registros de forma unilateral, sem que o próprio profissional solicite ou sem amparo legal.

Tópicos: CRF-MG / TRF-6

Os comentários nas postagens e os conteúdos dos colunistas não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é exclusiva dos autores das mensagens. A Tribuna reserva-se o direito de excluir comentários que contenham insultos e ameaças a seus jornalistas, bem como xingamentos, injúrias e agressões a terceiros. Mensagens de conteúdo homofóbico, racista, xenofóbico e que propaguem discursos de ódio e/ou informações falsas também não serão toleradas. A infração reiterada da política de comunicação da Tribuna levará à exclusão permanente do responsável pelos comentários.