Técnica de enfermagem tem justa causa confirmada por erro que resultou em morte de paciente
Mulher aguarda data de julgamento do recurso, alegando que estava grávida quando foi demitida e que sua conduta não justificaria demissão
A justiça trabalhista de Santa Rita do Sapucaí, cidade mineira a cerca de 335 quilômetros de Juiz de Fora, confirmou a demissão por justa causa de uma técnica de enfermagem que trabalhava na UTI de um hospital por considerar que um erro da profissional resultou na morte de uma paciente.
De acordo com as informações divulgadas pelo Tribunal Regional do Trabalho da 3ª Região de Minas Gerais (TRT-MG), a técnica teria deixado de monitorar adequadamente um equipamento que bombeava noradrenalina para a paciente. Porém, mesmo sendo vital para ela, o medicamento acelera os batimentos cardíacos e, assim, acabou matando a mulher internada.
As testemunhas do hospital relataram que a ex-funcionária deixou de preparar a medicação antes do término da infusão anterior, o que atrasou a aplicação. Ela própria admitiu, em depoimento, que sabia da prioridade do medicamento – que não pode ser interrompido em pacientes graves – e reconheceu que deveria ter feito o preparo antes do fim do fluxo.
No entanto, a profissional alegou que estava grávida quando foi demitida, e que a justa causa teria sido aplicada de forma indevida, sem que sua conduta justificasse a medida.
Para o juiz Edmar Souza Salgado, a falta cometida foi de extrema gravidade e quebrou a confiança necessária na relação empregatícia. Quanto à gravidez, Edmar esclareceu que a legislação protege gestantes da dispensa sem justa causa, mas não quando é provada uma falta grave.
A mulher entrou com recurso, e aguarda a data do julgamento em segunda instância.
Tópicos: justa causa / noradrenalina / técnica de enfermagem