Minas pode sofrer impactos da decisão de Trump sobre importação de aço e alumínio

Fiemg diz que acompanha com atenção os desdobramentos da implantação de novas taxas tarifárias


Por Agência Brasil

11/02/2025 às 18h55- Atualizada 11/02/2025 às 18h57

Considerado um dos principais exportadores de produtos siderúrgicos, Minas Gerais poderá sofrer impactos econômicos por conta da nova taxa sobre importações de aço e alumínio para os Estados Unidos. Na última segunda-feira (10), o presidente Donald Trump assinou proclamações que elevam para 25% a cobrança para Brasil, México, Canadá e outros países. Até então, o percentual cobrado para os exportadores brasileiros era de 10%.

A Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg) informou que acompanha com atenção os desdobramentos da decisão. Em nota, o presidente da entidade, Flávio Roscoe, disse ter a expectativa de que o Brasil obtenha uma vantagem competitiva, “uma vez que a indústria brasileira complementa a americana”.

“Grande parte das nossas exportações são de produtos semielaborados, que passam por processos de industrialização em empresas norte-americanas, muitas delas coligadas à companhias brasileiras. Isso pode ser um fator favorável para que o Brasil não saia machucado dessa situação”, afirma no texto.

Mercado nacional

Na terça-feira (11), o Instituto Aço Brasil (IAB) – que representa fabricantes de aço brasileiras – defendeu o restabelecimento do acordo firmado em 2018 entre Brasil e EUA, quando os governos negociaram o estabelecimento de cotas de exportação para o mercado norte-americano de 3,5 milhões de toneladas de semiacabados e placas e de 687 mil toneladas de laminados.

“O Instituto Aço Brasil e empresas associadas estão confiantes na abertura de diálogo entre os governos dos dois países, de forma a restabelecer o fluxo de produtos de aço para os Estados Unidos nas bases acordadas em 2018, em razão da parceria ao longo de muitos anos e por entender que a taxação de 25% sobre os produtos de aço brasileiros não será benéfica para ambas as partes”, informou em nota.

A Associação Brasileira do Alumínio (Abal), que representa as fabricantes brasileiras do produto, também manifestou preocupação com os impactos da decisão. A entidade ressalta que ainda não tem clareza se a nova tarifa substituirá a sobretaxa já existente de 10% ou se será adicionada a ela, resultando em um total de 35%.

De acordo com a Abal, os efeitos imediatos para o Brasil serão sentidos, primeiramente, nas exportações e na dificuldade de acesso dos produtos brasileiros ao mercado estadunidense.

“Apesar de os produtos de alumínio brasileiros terem plena condição de competir em mercados altamente exigentes como o americano, seja pelo aspecto da qualidade ou da sustentabilidade, nossos produtos se tornarão significativamente menos atrativos comercialmente devido à nova sobretaxa”, explica a entidade, em nota.

A Abal enfatiza que, além dos impactos na balança comercial, poderão ocorrer efeitos indiretos associados ao aumento da “exposição do Brasil aos desvios de comércio e à concorrência desleal”.

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