BH ‘deixa de ser’ a capital de Minas nesta sexta-feira; entenda mudança temporária

Mudança anual ocorre em função do ‘Dia dos Gerais’; Matias Cardoso, no norte do estado, ocupa posto simbólico de capital mineira em 8 de dezembro


Por Elisabetta Mazocoli

08/12/2023 às 11h14

Belo Horizonte “deixa de ser” a capital de Minas Gerais nesta sexta-feira (8). A mudança simbólica e temporária coloca a cidade de Matias Cardoso, no norte do estado, no posto de capital mineira nesta data. De acordo com o último censo, a cidade tem cerca de 8.900 habitantes e fica a quase 700 km de Belo Horizonte. A mudança ocorre anualmente devido ao “Dia dos Gerais”, que surgiu a partir de um decreto estadual de 2011, que prevê, nesta data, a distribuição da “Medalha dos Gerais – Maria da Cruz e Matias Cardoso'” na cidade, considerada o primeiro povoado existente de Minas Gerais.

Na data, ocorre a entrega das medalhas pelo governador do Estado. O evento inclusive consta na agenda de Romeu Zema (Novo), e o governador já assinou o decreto que transfere a capital. “A Capital do Estado fica, no dia 8 de dezembro, transferida simbolicamente para o município de Matias Cardoso, em homenagem ao Dia dos Gerais”, assinou Zema no Diário Oficial.

Buscando resgatar a história do estado e suas tradições culturais, essa celebração foi criada para homenagear personalidades masculinas e femininas que ajudam no crescimento do estado.

Saiba quem foram Matias Cardoso e Maria da Cruz

As figuras que dão nome a medalha foram escolhidas por serem consideradas importantes no desenvolvimento da Região Norte do estado, ao longo de sua história. Matias Cardoso de Almeida foi um capitão e mestre de campo que, em 1673, partiu de São Paulo com 125 homens, entre bandeirantes e pessoas escravizadas, para uma expedição que fundou as comunidades de Morrinhos, Amparo, São Romão e Porto de Salgados. Esse último local é onde, hoje, fica a cidade de Januária.

Maria da Cruz, por sua vez, foi uma mulher considerada responsável por estar à frente das revoltas contra as cobranças dos quintos feitas pelo governador Martinho Mendonça, tendo inclusive liderado rebeliões e trocado informações com outros rebeldes. Ela também foi casada com Salvador Cardoso de Oliveira, sobrinho de Matias Cardoso de Almeida, e administrava a fazenda Pedras de Baixo, que tinha uma casa que funcionava como um orfanato.

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