Suicídio da escrivã Rafaela Drumond seria o quinto caso na Polícia Civil
Presidente do Sindicato dos Servidores da Polícia Civil de Minas Gerais, Wemerson Silva de Oliveira, divulgou informação em audiência pública na ALMG nesta sexta
As circunstâncias da morte de Rafaela Drumond, 32 anos, escrivã da Polícia Civil que atuava na delegacia de Antônio Carlos, cidade próxima a Carandaí, foram debatidas em audiência pública realizada nesta sexta-feira (7), na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG). Durante o encontro, o presidente do Sindicato dos Servidores da Polícia Civil de Minas Gerais, Wemerson Silva de Oliveira, afirmou que o caso da escrivã foi o quinto suicídio de um trabalhador da instituição somente neste ano, segundo a ALMG.
De acordo com Wemerson, o medo de retaliações faz com que muitos casos de assédio e outros problemas relacionados à atividade laboral não sejam denunciados, colocando as vítimas sob extrema pressão.
Antes de cometer autoextermínio, a jovem teria contado estar sendo vítima de assédio sexual e moral no local em que trabalhava. O pai de Rafaela, Audair Drumond, contou, durante a audiência, que a filha queria transferência da delegacia onde trabalhava, mas a mudança foi negada.
O caso de Rafaela, entretanto, não teria sido isolado, conforme Aline Risi, presidente da Associação dos Escrivães da Polícia Civil do Estado. Outras situações de assédio foram apresentadas por servidoras no decorrer da audiência. O deputado Sargento Rodrigues (PL), que solicitou a audiência, declarou para a Assembleia de Minas que está recebendo relatos de casos de aposentadoria por doenças, transferências arbitrárias, ambiente de trabalho tóxico, sobrecarga de trabalho e ausência de punição e de prevenção. Diante disso, ele pontuou que casos como esses devem ser apurados.
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Dois suspeitos de terem praticado crimes de assédio contra Rafaela, um delegado e um investigador, foram transferidos para a delegacia de Conselheiro Lafaiete. Durante a audiência pública desta sexta, no entanto, representantes da categoria relataram temer uma nova perseguição e assédio. Por isso, parlamentares e representantes dos policiais civis pediram que os oficiais suspeitos sejam afastados, segundo nota publicada pelo Legislativo.
Procurada pela Tribuna, a Polícia Civil de Minas Gerais reiterou que as investigações estão em andamento na Corregedoria-Geral da Polícia Civil e que mais informações serão repassadas ao término do inquérito policial.