Vereador é acusado de invadir sala de emergência de UBS durante atendimento crítico
Parlamentar do Vale do Jequitinhonha afirma que estava fiscalizando trabalho de médicos
O prefeito de Felício dos Santos – cidade no Vale do Jequitinhonha, a cerca de 620 quilômetros de Juiz de Fora –, Weniton William França (PRD), emitiu uma nota de repúdio, na última terça-feira (4), contra o vereador Wladimir Canuto (Avante).
O prefeito acusa o vereador de ter invadido, na segunda-feira (3), a “Sala Vermelha” de uma Unidade Básica de Saúde (local que atende pacientes que chegam ao Pronto-Socorro em situação crítica), de maneira “vil, ardilosa, abrupta e injustificada, propagando agressões verbais contra servidores públicos e agredindo fisicamente uma servidora pública no exercício de sua função”.
A nota ainda afirma que a “invasão” ocorreu enquanto um paciente sob o risco de morte era atendido e que a ação teria desencadeado “tumultos diversos na instituição e desestabilização psicológica de toda uma equipe”. O paciente faleceu durante o atendimento, de acordo com o texto.
Já o vereador, em vídeo publicado em rede social, afirma que foi chamado ao centro de saúde por um cidadão, para ver o que estava acontecendo no local: “Quando eu cheguei lá, eu me deparei com pessoas que estavam lá desde às 14h, isso já era 16h30, aguardando atendimento e nada de atendimento”.
Ele conta que se sentou, aguardou e viu que a recepção estava vazia. Quando uma pessoa apareceu, perguntou porque a fila não estava sendo atendida e recebeu a resposta de que foram atendidas duas emergências que atrasaram os outros atendimentos, e que havia apenas dois médicos em atendimento.
O vereador afirma que seguiu essa pessoa de volta para o interior da unidade de saúde, por ser “fiscal do município”, mesmo sendo informado de que não podia fazer isso. “Cheguei a abrir a porta, sabe a cena que eu me deparei? O médico sentado na cadeira dele, com o celular na mão, mexendo no celular. Eu falei: ‘eu não quero que o senhor me explique, eu quero que o senhor atenda à fila. Tem gente chorando de dor lá fora, doutor, e o senhor está aqui mexendo no celular?’ E nisso eu já fui virando as costas e perguntei onde estava o outro médico. (…) Eu simplesmente abri a porta, eu não entrei. Aí eu vi que tinha muita gente lá dentro. Eu só perguntei: ‘tem médico aqui nessa sala?’. Aí a médica só falou: ‘eu sou a médica’. ‘Obrigado’, fechei a porta e saí”, relata.
O vereador ainda afirma que a agressão física denunciada não aconteceu, que apenas agrediu verbalmente, “falou muita coisa que eles precisavam de ouvir”.
O prefeito informa que “o Poder Executivo tomará todas as providências cabíveis, sejam elas administrativas e judiciais, para a devida responsabilização dos fatos cometidos”.
O vereador afirma que a população felissantense “já entendeu o motivo de ele ter feito o que fez, e que faz sempre que for precisar”.
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