Pai de Neymar nega que vai pagar fiança de Daniel Alves
“Para minha família, o assunto acabou”, disse, em publicação nas redes sociais
O pai de Neymar se manifestou nas redes sociais nesta quinta-feira (21) para comentar a suposta ajuda a Daniel Alves a pagar a fiança de 1 milhão de euros (R$ 5,4 milhões) para a sua liberdade provisória. Em nota oficial, o pai do craque da Seleção Brasileira deu a entender que não ofereceu ajuda financeira ao lateral, como admitiu ter feito anteriormente, e afirmou que estão tentando associar o seu nome e o do filho ao caso.
“Estão especulando e tentando associar o meu nome e do meu filho a um assunto que hoje não nos compete mais”, disse o pai de Neymar. “Espero que o Daniel encontre junto à sua própria família todas as respostas que ele procura. Para nós, para minha família, o assunto terminou”.
Condenado na Espanha a quatro anos e meio de prisão por estupro, Daniel Alves recebeu autorização do Tribunal de Barcelona para aguardar fora da prisão o trânsito em julgado sob o pagamento de fiança milionária. Segundo o jornal catalão “La Vanguardia”, o lateral recorreu ao pai de Neymar para arcar com o alto custo da liberação.
Anteriormente, no começo do processo, a família do jogador do Al-Hilal e seleção brasileira já havia pago uma multa de 150 mil euros (cerca de R$ 800 mil) como atenuante de pena.
O segundo prazo para o pagamento da fiança expirou nesta quinta-feira. Assim, mesmo que o jogador consiga arrecadar a quantia na data atual, só poderia ser liberado nesta sexta. A advogada Ester Garcia, representante da vítima, classificou como um “escândalo” a decisão da Justiça da Espanha em conceder liberdade provisória a Daniel Alves e afirmou que vai recorrer. “Parece que está sendo feita justiça para os ricos”, disse Ester García, em declarações à rádio catalã Rac 1.
Daniel Alves busca recursos na Justiça
A liberdade provisória de Daniel Alves não significa que foi absolvido. Depois da condenação no Tribunal de Barcelona, o caso é avaliado pelo Superior Tribunal da Justiça da Catalunha (STJC) e ainda pode ser avaliado pelo Tribunal Supremo de Madri, órgão máximo da Justiça da Espanha. O mesmo rito processual vale para a acusação do Ministério Público.
Mesmo com a condenação, Daniel Alves ainda tinha prisão preventiva, uma vez que o caso ainda tramita com pedidos de recursos. A legislação da Espanha determina que esse tipo de prisão pode durar até dois anos e o jogador poderia, portanto, ter a reclusão estendida até, no máximo, metade da pena.
Na interpretação do Tribunal, é improvável que se chegue a uma sentença definitiva nesse período. A fiança imposta é consideravelmente maior do que a proposta pela defesa, que ofereceu um depósito de 50 mil euros (R$ 273 mil).
Daniel Alves teve cinco solicitações de liberdade provisória negadas antes da condenação, que alegou risco de fuga. A imprensa da Catalunha considera que uma crise no sistema carcerário do país teria influenciado na decisão do pedido de liberdade provisória para ex-jogador do Barcelona neste momento.
Além da condenação a quatro anos e meio, foi determinado cinco anos de liberdade vigiada após o cumprimento da pena, sendo proibido o atleta se comunicar ou se aproximar da vítima. O crime ocorreu em dezembro de 2022, dias após a participação do lateral na Copa do Mundo do Catar com a Seleção Brasileira. Ele foi preso no dia 20 de janeiro de 2023, e condenado em fevereiro deste ano.
O caso Daniel Alves
Daniel Alves acusado de estuprar uma jovem na noite de 30 de dezembro de 2022, em uma boate em Barcelona. Após a jovem ser vista saindo chorando do local, a casa noturna deu início ao protocolo de violência sexual.
No dia 20 de janeiro de 2023, o brasileiro foi preso após prestar depoimento de forma voluntária para o Tribunal de Barcelona, e foi levado para o Centro Penintenciário Brians 2, onde permanece até hoje.
Em 22 de fevereiro deste ano, Daniel Alves foi condenado pelo Tribunal de Barcelona a quatro anos e seis meses de prisão pela agressão sexual contra uma mulher de 23 anos em uma casa noturna da cidade espanhola, além de cinco anos de liberdade vigiada após o cumprimento da pena, sendo proibido de se comunicar ou se aproximar da vítima.