Seleção quer definir técnico até abril e mantém Ancelotti como prioridade

Comandante do Real Madrid, no entanto, só deve abrir negociações após desfechos de competições europeias; Ramon escala Seleção com sete remanescentes da Copa


Por Agência Estado

21/03/2023 às 17h10

Mais de três meses após a eliminação na Copa do Mundo do Catar, e oficialmente há mais de dois com o cargo vago desde que Tite assinou a rescisão de seu contrato, a Seleção Brasileira segue em busca de um novo treinador. No sábado, caberá ao interino Ramon Menezes comandar o Brasil no amistoso com o Marrocos, na cidade de Tanger. E só no mês que vem a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) deverá apresentar uma proposta oficial para os favoritos ao cargo.

O foco principal do presidente da entidade, Ednaldo Rodrigues, é Carlo Ancelotti, do Real Madrid. O nome do italiano começou a ser especulado ainda no fim do ano passado, mas nunca foi confirmado por Ednaldo – nem o dele, nem o de nenhum outro.

Por trás do silêncio do cartola está a cautela, e ela se sustenta em duas frentes. Uma delas está na preocupação em não causar nenhum embaraço com o treinador que está em vista ou com o clube no qual ele está empregado. A outra é se precaver para o caso de insucesso na negociação.

Italiano Carlo Ancelotti segue como o favorito da CBF para o comando da Seleção principal (Foto: Reprodução Twitter Real Madrid)
Italiano Carlo Ancelotti segue como o favorito da CBF para o comando da Seleção principal (Foto: Reprodução Twitter Real Madrid)

Ancelotti é viável?

Carlo Ancelotti, por exemplo, tem mais um ano de contrato com o Real Madrid. O clube está prestes a disputar as quartas de final da Uefa Champions League e, ainda que esteja distante da liderança, também tem alguma chance de conquistar o Campeonato Espanhol. Assim, o treinador dificilmente irá abrir negociações com a CBF antes de ter a temporada atual definida – a decisão da Liga dos Campeões é em 10 de junho.

Ednaldo também já demonstrou preocupação em não antecipar etapas. Quando o Brasil foi eliminado da Copa do Mundo, nas quartas de final diante da Croácia, o dirigente voltou ao Brasil com a delegação e não falou sobre a demissão de Tite até que o treinador retornasse das férias, em meados de janeiro – a legislação trabalhista impede demissão durante o período de férias. Agora, antes de abrir negociação com Ancelotti, o presidente da CBF quer se encontrar com dirigentes do Real Madrid para manifestar seu interesse.

O mesmo pensamento vale para outro técnico que está no radar: o português José Mourinho, da Roma. Assim como Ancelotti, ele tem contrato até meados de 2024 e uma saída agora demandaria quebra de acordo.

No fim da lista

Nomes como o francês Zinedine Zidane e do espanhol Luis Enrique também já foram citados como possíveis substitutos de Tite. E há ainda outros dois estrangeiros que se colocaram à disposição para treinar o Brasil: o português Jorge Jesus, cujo contrato com o Fenerbahçe, da Turquia, não deverá ser renovado; e o alemão Joachim Löw, o técnico que infligiu o 7 a 1 na seleção na Copa do Mundo de 2014.

Nenhum desses quatro, porém, estão entre os preferidos na CBF. Prova disso é que, à exceção de Jesus, os outros três estão desempregados e já poderiam ter sido contratados para o amistoso do próximo final de semana, o que acabou não acontecendo. O português, por sua vez, vem de uma sequência de resultados ruins e não é mais o grande nome que era em 2019, quando fez sucesso no Flamengo.

Dentre os que atuam no Brasil, Abel Ferreira e Fernando Diniz são dois treinadores que tiveram seus nomes associados à seleção, mas nenhum deles ocupa o topo da lista entre os favoritos.

Viagem

No início de abril, Ednaldo Rodrigues irá à Europa para cumprir uma agenda pública – acompanhar a Finalíssima, entre as seleções femininas de Brasil e Inglaterra – e outra nem tanto: tentar avançar na contratação de Ancelotti e, eventualmente, visitar outros clubes para além do Real Madrid.

Mesmo que até lá o time de Madri ou qualquer outro ainda estejam disputando suas competições com chances de título, Ednaldo terá o tempo a seu favor. Isso porque na semana passada a Fifa e a Conmebol confirmaram o início das Eliminatórias Sul-Americanas apenas para setembro. Assim, a data Fifa de junho será destinada apenas para amistoso, e jogar uma ou duas partidas mais uma vez com um interino deixou de ser problema.

Com os três meses adicionais até o início do qualificatório para a Copa do Mundo, a CBF poderá aguardar o término da temporada europeia para anunciar o novo técnico da seleção brasileira. Ancelotti é o favorito.

Provável escalação da Seleção

Ramon Menezes ensaiou nesta terça-feira pela primeira vez a equipe que deve mandar a campo no sábado em amistoso com o Marrocos. A reformulada Seleção Brasileira volta a campo após o vexame de queda nas quartas de final da Copa do Mundo com sete remanescentes do Catar no time titular. Dois principais jogadores na conquista do Campeonato Sul-Americano sub-20 na Colômbia, Andrey e Vitor Roque foram as novidades, ao lado de Emerson Royal na direita e Ibañez na defesa.

Dos titulares utilizados por Tite na Copa, três jogadores apareceram entre os titulares: o experiente volante Casemiro, o meia Lucas Paquetá, e o jovem atacante Vini Jr. Os outros quatro que estiveram no Catar e estão entre as escolhas de Ramon eram reservas. Ele iniciou as atividades em Tânger com Ederson no gol, Alex Telles na lateral esquerda, Eder Militão na defesa (quebrou o galho de lateral na Copa com lesão de Danilo) e Rodrygo no ataque.

Também reserva com Tite, o atacante Antony, do Manchester United, ganhou chance no decorrer das atividades, substituindo Rodrygo. Da mesma maneira que os palmeirenses Weverton e Raphael Veiga, de acordo com a ESPN.
O time enviado a campo por Ramon Menezes foi Ederson (Weverton); Emerson Royal, Ibañez, Eder Militão e Alex Telles; Casemiro, Andrey e Lucas Paquetá (Raphael Veiga); Rodrygo (Antony), Vini Júnior e Vítor Roque.

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