Edição impressa da Tribuna traz álbum de figurinhas da Copa de graça
Publicação traz o maior evento de futebol do mundo para perto dos colecionadores e conta com várias novidades nesta edição, incluindo aplicativo para controle das figurinhas que ainda faltam
Oficialmente, a 21ª edição da Copa do Mundo tem início ao meio-dia de 14 de junho, quando a anfitriã da próxima edição, a Rússia, entra em campo no Estádio Luzhniki, em Moscou, para enfrentar a seleção da Arábia Saudita. Mas o maior evento do futebol mundial começou para muitos fãs brasileiros na última sexta-feira (16), quando teve início a venda das figurinhas para o álbum da Copa 2018 da Panini, a R$ 2 o pacote com cinco cromos.
A venda em bancas do álbum está marcada para a próxima terça (20), mas os colecionadores já podem garantir o seu neste domingo (18) na edição da Tribuna, que traz o álbum encartado gratuitamente, com mais seis figurinhas para começar a coleção. É o primeiro passo para a tradicional corrida contra o tempo para saber quem completa primeiro o álbum, e aí vale adotar toda sorte de estratégia, da tradicional troca que reúne pequenas multidões – e que podem ser marcadas em grupos em redes sociais ou por aplicativos específicos -, variar os pontos de compra, adquirir um lote inteiro de pacotes e contar com o “patrocínio” de parentes e amigos.
No total, o álbum conta com 681 figurinhas, incluindo os estádios que sediarão as 64 partidas da competição, mais cartazes das cidades-sede, escudos das seleções, uma seção dedicada aos “Lendários” e, claro, os astros do espetáculo. Cada uma das seleções terá 18 jogadores, definidos em dezembro em 2017, e os maiores craques do planeta marcam presença: Messi (Argentina), Cristiano Ronaldo (Portugal), Neymar (Brasil), Luis Suárez (Uruguai), David Silva (Espanha), Griezmann (França), Schmeichel (Dinamarca), Thomas Müller (Alemanha), Harry Kane (Inglaterra) e James Rodríguez (Colômbia), entre outros.
A aventura de completar a coleção é um investimento que exige tempo, dinheiro, paciência e criatividade, e o jeito é apostar na criatividade para economizar. Uma das opções é comprar lotes fechados com cerca de 50 pacotes, para diminuir a chance de encontrar jogadores repetidos. Outra é revezar as bancas, comprando pequenas quantidades em locais diferentes apostando que os lotes serão diversificados.
Uma terceira opção é a boa e velha troca, que costuma acontecer aos domingos em pontos de grande movimento; no caso de Juiz de Fora, no Parque Halfeld. Por fim, ter a sorte de encontrar almas benevolentes que resolvam “patrocinar” sua coleção, seja com dinheiro para comprar as figurinhas ou aqueles que têm tantas repetidas que ou completaram ou estão perto de completar o álbum, e por isso não se importam em passar para frente o que sobrou.
Novidades
Uma das novidades que a Panini (editora responsável pelo álbum) preparou para a coleção 2018 conta com o auxílio da tecnologia: um aplicativo que permite ao colecionador deixar seu álbum em casa e, mesmo assim, saber quais os cromos que ainda faltam em sua coleção, eliminando a necessidade de levar consigo aquela listinha surrada feita a caneta ou impressa no computador, além de compartilhá-la com os amigos. Através do bluetooth é possível, por exemplo, saber quais as trocas possíveis com outros colecionadores. O app contém, ainda, conteúdo de Copas anteriores e permite ao usuário montar sua equipe ideal para disputas virtuais com fãs de todo o mundo. Também é possível acessar o site fifa.com/stickeralbumpanini para ter o seu livro ilustrado digital.
E uma última opção para os fanáticos é a plataforma Viber, que permite aos interessados cadastrar pontos de troca em que os interessados podem se inscrever por antecipação. Em Juiz de Fora, os dois locais que aparecem na plataforma são a Praça Antônio Carlos e o Parque Halfeld.
Paixão que resiste ao tempo
A verdade é que tudo isso – estratégia, ferramentas virtuais – são apenas detalhes num universo que o principal elemento é a paixão que ganha força a cada quatro anos, quando meses antes da Copa os fanáticos já começam a rodear as bancas perguntando quando será lançado o álbum e vendidas as figurinhas. É uma tradição que muitas vezes começa na infância, atravessa as Copas, chega até os filhos e que muitas vezes rendem mais de um álbum por edição do Mundial.
O professor de educação física Rodrigo Liquer, por exemplo, foi fisgado pela mania na Copa do Mundo de 1994, disputada nos Estados Unidos, quando tinha seis anos. Quem comprou o álbum foi seu pai, e desde então ele não parou mais. “Já colecionei de Campeonato Brasileiro também, mas o que costumo completar são os da Copa do Mundo mesmo. Fiz de todas as edições desde então, e pretendo fazer o da Copa de 2018 também”, diz ele, para quem alguns costumes ligados ao Mundial podem mudar, mas a tradição do álbum segue firme.
“Pintar ruas você vê em bairros mais isolados do centro, e outra coisa legal do álbum é que você faz amizades, troca experiências com outras pessoas. O pessoal sempre marca de encontrar no Parque Halfeld. Na minha época de criança, pelo menos, a gente brincava até de ‘bafinho’, que valia figurinhas, as brilhantes com o escudo valiam mais. Mas é uma coisa que fica mais restrita às escolas, hoje. Costumo colecionar também porque sempre há seleções que você não sabe se vão participar de outra Copa, que é o caso da Islândia em 2018, e é onde estão os maiores craques. É o segundo maior evento (do mundo), só perde para as Olimpíadas.”
Outra a marcar presença nas bancas e pontos de troca em todas as Copas do Mundo é a técnica em contabilidade Sônia Maria Vieira da Cunha Pinheiro, 44 anos, moradora de Matias Barbosa. Ela já não lembra mais qual foi o primeiro álbum, e nem onde eles foram parar: o único que ainda guarda é o da última edição, em 2014, disputada no Brasil – na verdade são dois, um completo e outro em que faltam poucos cromos. Além disso, ela ainda tem em casa mais de 200 figurinhas, sem contar os álbuns que completou há quatro anos e que distribuiu para outros, incluindo um dos sobrinhos.
“Gosto muito de futebol, sou torcedora do Fluminense e da Seleção. E a Copa do Mundo desperta o interesse pelo álbum. Quando descobri que podia colecionar as figurinhas fiquei curiosa por esse universo, a coisa da procura, a troca, ‘fulano tem tal figurinha?'”, conta, sem se importar com a sensação de estranhamento quando se reúne com a galera para as trocas. “Na última Copa eu tinha 40 anos, e o pessoal estranhava de me ver ali, afinal sou mais velha, tenho minha profissão. Mas sempre dei conta das minhas figurinhas depois do expediente.”
O trabalho, aliás, é um aliado na estratégia para conseguir as figurinhas que faltam para a coleção. Apesar de morar em Matias Barbosa, o trabalho faz com que ela tenha que vir constantemente a Juiz de Fora, e aí é normal que ela dê uma passadinha no Parque Halfeld para encontrar outros colecionadores quando já encerrou suas tarefas. Nos finais de semana, as trocas são feitas na sua própria cidade, em que as trocas de listas com outros amigos para acertar os escambos é normal. “Além disso, sempre procuro comprar em bancas diferentes. Como preciso passar em vários locais em Juiz de Fora, costumo comprar em bancas próximas, como no Progresso e Morro da Glória, e ver se tem alguém interessado em trocar.
Para a Copa da Rússia, Sônia não vai economizar. Ela pretende completar nada menos que seis álbuns: um para ela e os demais para seus cinco sobrinhos. “Todos já estão em idade de se interessar pela coleção, então já avisei ao dono da banca em Matias Barbosa para separar os meus”, adianta.