Campeã olímpica, Fabi é recebida com festa em Matias


Por Renato Salles

17/08/2012 às 14h49

Fabi espera que a suada conquista do vôlei feminino sirva como exemplo para outros esportes

Fabi espera que a suada conquista do vôlei feminino sirva como exemplo para outros esportes

Matias Barbosa fez uma grande festa para receber sua filha adotiva mais ilustre, a líbero Fabi, da Seleção Brasileira de vôlei feminino, medalha de ouro nos Jogos Olímpicos de Londres. Teve de tudo um pouco. Passeio em carro aberto da Polícia Militar, banda tocando desde o tema da vitória até o hino do Flamengo, clube do coração da jogadora, e centenas de crianças extasiadas por uma foto ou um autógrafo. "É um prazer imenso receber este carinho. Não nasci aqui, mas me considero matiense. Dividir com vocês essa medalha era o mínimo que poderia fazer. Vocês podem sonhar, acreditar. Os sonhos acontecem", afirmou Fabi, emocionada, durante a recepção realizada na manhã desta sexta-feira (17), na Escola Municipal Lucy de Castro Cabral, na cidade natal de seus pais.

Natural do Rio de Janeiro, mas mineira da gema, a jogadora de 32 anos é uma vitoriosa. No currículo, destaque para o bicampeonato olímpico e tetra do Grand Prix pela Seleção. Segundo suas declarações, tanto sucesso nas quadras poderia ser repetido também nas grandes telas. O roteiro: a vitória por 3 sets a 2 contra a Rússia, de virada, pelas quartas de final dos Jogos. "Protagonizamos uma história digna de cinema. O time teve um início muito ruim na competição. O jogo contra a Rússia era um jogo chave. Tinha aquele estigma de que a gente não conseguia superá-las em momentos decisivos. Naquele finalzinho, a Sheila estava inspirada e conseguiu salvar bolas importantes. Tivemos um pouco do sangue frio delas. Foi um dos maiores jogos do esporte, não só do vôlei. Foi épico. Nunca vi um tie break 21 a 19, quase um set normal. Foi um jogo que contou a história da Seleção feminina na competição."

Em meio a emoções quase cinematográficas, Fabi prefere curtir o momento, rever o filme de sua conquista mais recente, antes de definir seu futuro na Seleção e uma possível busca pelo tricampeonato olímpico nos Jogos do Rio de Janeiro, em 2016. "A ficha está caindo ainda. Esse carinho que a gente recebe é motivo de orgulho. Estou em êxtase. Isso não tem preço. Não tem medalha que pague. O atleta vive de desafios e seria um grande desafio estar presente em 2016. Mas também vivemos de desempenho. A hora é de trabalhar no clube, Mas, quem sabe? Vai ser lá no Rio, no quintal de casa. Quem sabe a Fabi não briga por uma vaga também?"

Legado

Jogadora do Unilever, do Rio de Janeiro, Fabi espera que a suada conquista do vôlei feminino sirva como exemplo para outros esportes e faz uma análise da participação da delegação brasileira nas Olimpíadas de Londres. "É preciso muito trabalho, tanto da parte dos atletas, quanto ações administrativas e governamentais. Se as metas não são atingidas, temos que procurar fazer mais. A Seleção feminina deixa uma história de superação, história tipicamente brasileira. Representamos nosso povo em gênero, número e grau. Que a gente sirva de inspiração. Vendo essas crianças, espero que o legado seja exatamente esse, de incentivo ao esporte. Que elas queiram ser ‘fabis’, ‘sheilas’ e companhia. Que as pessoas se interessem pelo esporte e através dele se tornem pessoas melhores."

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