Nova data: Ginásio Municipal deve ser inaugurado em junho
Previsão anterior da Prefeitura era para maio, no aniversário da cidade; Tribuna relembra toda a história das obras, iniciadas em 2005
As obras do Ginásio Poliesportivo Jornalista Antônio Marcos, o Ginásio Municipal, localizado no Bairro Aeroporto, na Cidade Alta, ao lado do Estádio Municipal Radialista Mário Helênio, têm uma nova previsão para serem concluídas: até o final de junho, conforme a Prefeitura de Juiz de Fora (PJF). Em entrevista recente à Tribuna, em dezembro do ano passado, o Município havia previsto a inauguração do complexo esportivo para o aniversário de 173 anos da cidade, no dia 31 de maio de 2023. Nesse novo contato, a PJF justifica o adiamento por “uma obra de grande porte sempre sofrer alguns atrasos. A data de inauguração será divulgada em breve”, afirma, por assessoria. “Mas agora que (a inauguração) está prestes a acontecer, em torno de um mês não é considerado atraso”, argumenta.
Questionada sobre quais são os passos que ainda precisam ser realizados para que a obra seja finalizada, a PJF declara que “ainda falta realizar a limpeza das estruturas, pintura, iluminação, piso da quadra, som, instalação de cadeiras e guarda-corpos, placar e finalização da urbanização e paisagismo”. Sobre o evento de estreia, “haverá uma programação esportiva que ainda não está definida”, diz o Executivo municipal.
Em contato com a reportagem, a empresa Ribeiro Alvim Ltda., responsável pelas obras, confirmou que 61% dos serviços foram concluídos, o que inclui, por exemplo, a complementação de estrutura metálica e a rede de captação de água. No que diz respeito aos trabalhos da Ribeiro Alvim Ltda., segundo a própria empresa, resta finalizar o piso de revestimento em madeira da quadra e das adjacências, complemento da estrutura do anel da arquibancada, a pintura e a iluminação. Parte dos trabalhos, entretanto, cabem à própria Prefeitura.
“Leque para o esporte de JF”
Para o professor da Faculdade de Educação Física e Desportos da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) e diretor do JF Vôlei, Maurício Bara, a presença de um ginásio desse porte permitirá que a cidade tenha novas possibilidades para o cenário esportivo juiz-forano. “O momento é importantíssimo. Poderemos receber eventos e jogos de várias modalidades que antes não podíamos. Abre um leque de possibilidades para o esporte de Juiz de Fora, fica até difícil mencionar”, enxerga Bara.
Ainda conforme o professor, Juiz de Fora carecia de modernização nas suas estruturas esportivas. “O Ginásio é desejado pela população há muitos anos. É o que nosso público sempre quis, um aparelho grande, porque só temos (espaços) pequenos. Além de ter maior capacidade, é uma estrutura nova, mais tecnológica. Fica o sonho de um dia o JF Vôlei poder jogar lá”, declara. Último expoente juiz-forano a entrar em quadra profissionalmente na modalidade, o JF Vôlei paralisou o projeto após o rebaixamento para a Superliga C, mas segue com os trabalhos nas categorias de base.
18 anos para a conclusão
Em abril de 2005, há 18 anos, a construção do aparelho esportivo era anunciada pelo então prefeito Alberto Bejani, com custo de R$ 7 milhões. Em novembro do mesmo ano, a Caixa Econômica Federal liberou R$ 1,4 milhão para o início das obras, mas o começo dos trabalhos ocorreria um ano depois, com uma terraplanagem, que durou quatro meses. Já no final de 2007, o Ministério do Esporte repassou R$ 5,8 milhões para a sequência da construção, porém, em novembro de 2008, a verba para a obra foi vetada pela Operação Pasárgada, que prendeu Bejani.
Após dois anos do veto, já em outubro de 2010, a Ribeiro Alvim Engenharia venceu a licitação para as obras, e o custo foi revisado para R$ 14,5 milhões. O primeiro reinício da construção ocorreu em julho de 2011, com a concretagem da laje das arquibancadas e a finalização dos vestiários. Entretanto, em 2012, ocorreu mais uma paralisação, devido à falta de cursos. Nesse momento, o preço da conclusão das obras seria de R$ 20 milhões.
Já em janeiro de 2015, o prefeito Bruno Siqueira, em reunião com o então ministro dos Esportes, George Hilton, solicitou verba para concluir o Ginásio Municipal. O ministro visitou o aparelho esportivo em setembro e assinou convênio que ofereceu R$ 12 milhões para a retomada das obras. Com isso, ocorreu uma nova licitação em agosto de 2016, com a empresa Metalúrgica Valença Indústria e Comércio Ltda, do Grupo MBP, vencendo, com proposta de R$ 16.994.371,48. A partir da limpeza do terreno e da preparação do canteiro de obras, em março de 2017 o Corpo de Bombeiros aprovou o projeto de retomada com readequações estruturais voltadas à segurança. A projeção de entrega, naquele momento, era de abril de 2018.
Em junho de 2017, a fase final das obras das arquibancadas foi iniciada, com expectativa para conclusão no mesmo ano, assim como o início dos trabalhos na cobertura do Ginásio. Mas, por questões financeiras, a empresa do Grupo MBP desistiu de ser a responsável pela parte final das obras. Em maio de 2018, a PJF oficializou a contratação da segunda colocada do processo licitatório, o Consórcio Conata Infracon, com prazo de execução das obras de 18 meses e o valor da operação mantido em quase R$ 17 milhões. Naquele momento, houve evolução na cobertura da estrutura e na concretagem das arquibancadas, além da conclusão de reservatório de água, até 2019. Em fevereiro de 2020, para homenagear um dos maiores ídolos da história do Tupi, foi instituído que a área que compreende o Estádio e o Ginásio Municipal receberia o nome de Complexo Esportivo Moacyr Toledo.
Paralisação em 2020 e retomada no ano passado
Entretanto, no início de 2020, houve mais uma paralisação, com reprogramação aprovada em agosto daquele ano. À época, de acordo com a Secretaria de Obras (SO) da PJF, o Consórcio Conata Infracon continuou como responsável pelo canteiro de obras e aguardando o replanejamento, tido como necessário para readequar o projeto, datado de 2005, às necessidades atuais, caso das novas normas do Corpo de Bombeiros para este tipo de empreendimento, além de ajustes e modernização como a substituição das luminárias por LED. Entretanto, as obras voltaram a ser paralisadas em setembro daquele ano.
Somente em abril do ano passado, após duas licitações sem concorrente, a atual prefeita Margarida Salomão (PT) assinou um termo para a retomada das obras do Ginásio Municipal, novamente com a empresa Ribeiro Alvim Engenharia Ltda., encarregada pela conclusão e entrega do aparelho esportivo. A Prefeitura anunciou que o fim da construção seria realizado até maio de 2023 e seguiu com esse posicionamento até o final do ano passado, quando, em entrevista à Tribuna, manteve a data prevista. Desta vez, conforme o Município, o Ginásio será entregue, finalmente, em junho deste ano.