Prática esportiva estreita laços entre pais e filhos
Matheus Mazzei, Leonardo Ferreira Leite e Flavio Brasil relatam como o esporte os aproxima dos filhos
A relação entre pais e filhos é marcada pelo amor incondicional, pelo companheirismo e pela parceria durante a vida. Tais aspectos são trabalhados e desenvolvidos durante a prática esportiva, seja qual for a modalidade. No Dia dos Pais, celebrado neste domingo (10), Matheus Mazzei, Leonardo Ferreira Leite e Flavio Brasil contam como o esporte fortalece laços de paternidade.
Paixão pelas trilhas
O amor pelo rally é passada de pai pra filho na família Mazzei. Matheus se apaixonou pela modalidade ainda quando criança e evoluiu até ser um dos principais navegadores do Brasil. Quando se tornou pai, o juiz-forano transmitiu a paixão para o filho, João Pedro. Hoje em dia, os dois pilotam e competem juntos. “Ele pegou essa experiência e fico extremamente feliz em ver essa evolução dele, ver ele participando comigo. Já fizemos duas provas e fomos campeões. É muito bacana para um pai, para um competidor e para o entusiasta do esporte ver isso acontecer”, conta o navegador.
Além do rally, João Pedro e Matheus praticam ciclismo, jiu-jitsu e judô juntos. “O João Pedro sempre foi uma criança muito interessada no esporte”, afirma. Matheus considera que o gosto do filho pela prática esportiva contribui para o seu desenvolvimento pessoal.
“Ele é muito competitivo, e isso é uma coisa que eu tenho que trabalhar muito nele. É uma criança, tem 8 anos, então ele quer só ganhar. É importante eu estar do lado o ensinando que eu, por exemplo, corro ali a vida inteira também perco e tenho minhas frustrações, e que elas são importantes pra gente voltar cada vez mais forte. Poder estar perto dele no esporte, ensinando isso para ele, é fundamental, tanto para mim, quanto para ele e para a mãe dele, minha esposa, que também participa dessa criação”, analisa.
Para Matheus, é um sentimento indescritível poder compartilhar a sua paixão pelo esporte com seu filho. “O rally é um jogo de confiança. Eu tenho que confiar nele, e ele tem que confiar em mim. Então, conheço os sentimentos do João Pedro. Sei quando ele está feliz, quando ele está triste. Vou trabalhando essa confiança durante a prova com ele. Isso para mim é sem palavras. Também tenho um filho de 1 ano, e espero que ele também participe de tudo com a gente”, declara.
João Pedro conta que seu desejo de praticar rally com o pai surgiu de vê-lo vencendo corridas pela televisão. “Gosto muito de rally, acho muito legal ver os carros mexendo, passando na trilha, adoro trilha. Quero ser navegador”, afirma a criança, que reconhece que leva jeito. “Estou navegando quase igual a meu pai”, brinca.

Parceria nos tatames e na vida
Leonardo Ferreira Leite e seu filho, Henrique Ferreira Leite, treinam jiu-jitsu há cerca de dois anos no projeto desenvolvido pelo Clube Bom Pastor (CBP) para a modalidade. O pai relata que já praticava a arte marcial quando era mais novo, mas se afastou por quase 28 anos. “Em maio de 2023, decidi voltar aos treinos com um objetivo claro: me reencontrar com o esporte e buscar a graduação. Pouco tempo depois, meu filho, que na época tinha quase 10 anos, decidiu experimentar o jiu-jitsu comigo. Foi uma surpresa muito boa, porque desde então, treinamos juntos e um incentiva o outro”, relata.
Para Henrique, ver seu pai voltar a lutar foi um incentivo para acompanhá-lo. “Eu fazia outra luta, mas não estava curtindo muito. Aí meu pai voltou a treinar jiu-jitsu e me chamou para ir com ele para uma aula experimental. Fui para ver como era e acabei gostando muito. Agora a gente treina junto direto”, conta.
Leonardo considera que o esporte desempenha um papel fundamental na sua relação com Henrique. “O jiu-jitsu nos aproxima porque cria um espaço em que estamos no mesmo nível: aprendendo, errando, evoluindo. No tatame, somos parceiros de treino e também de vida. Isso fortalece muito a confiança entre nós. Sem falar que posso acompanhar o crescimento dele de uma maneira natural, sem invadir — estou ali ao lado, presente, mas respeitando o espaço dele”, analisa o pai.
Assim como o pai, Henrique entende que os treinos em conjunto contribuem para uma boa relação entre eles. “Ele me dá dicas, um ajuda o outro. Ficamos mais próximos, tipo uma equipe mesmo. E é legal ver ele aprendendo junto comigo. A gente evolui e se diverte”, afirma.
Leonardo se considera muito feliz por poder acompanhar o desenvolvimento de Henrique dentro e fora dos tatames. “Vê-lo se desenvolvendo em vários aspectos — físico, mental e social — e ao mesmo tempo estar junto, dividindo desafios e conquistas, me traz muita felicidade. É uma experiência que fortalece a relação e cria memórias que a gente vai levar pra vida toda. Me sinto realizado e muito grato por ter essa oportunidade com ele”, relata.

Cumplicidade dentro das quadras
O tênis, em essência, é um esporte individual, em que os atletas são separados por uma rede. O fato de não haver uma proximidade física entre os jogadores, como no jiu-jitsu e no rally, não impede que pai e filho se desenvolvam juntos dentro de quadra. Flavio Brasil, junto ao filho, Artur Brasil, aprimoram o entrosamento nos jogos e na vida.
“Comecei na prática do tênis por curiosidade e influência de família. Sempre gostei de esportes, e um dia tive a oportunidade de experimentar uma aula. Gostei da dinâmica do jogo, pela necessidade de concentração e pela sensação de superação a cada treino. Desde então, o tênis se tornou parte da minha rotina”, descreve Flavio. Artur, por sua vez, vendo seu pai praticar a modalidade, se sentiu motivado a acompanhá-lo. “Hoje eu treino e não vejo a hora de começar a ganhar dele”, brinca o garoto.
Artur afirma que jogar com o pai faz com que ele se sinta desafiado a melhorar e que sente orgulho de dividir a quadra com Flavio. “É um momento muito bom de estar com ele”, descreve. “O esporte é importante para fortalecer a relação entre pai e filho porque cria momentos de convivência. Além da atividade física, há trocas constantes de incentivo, superação e brincadeiras. Nele, compartilhamos vitórias e lidamos com derrotas. É uma forma de estar presente emocionalmente também”, corrobora Flavio.
