Saiba quais atletas locais vão estar nos Jogos de Paris
Três esportistas que têm ligação com Juiz de Fora já têm participações confirmadas; jogador de vôlei ainda tem chance
Os Jogos Olímpicos de Paris, que acontecem entre 26 de julho e 11 de agosto, e a Paralimpíada, que será realizada de 28 de agosto a 8 de setembro, estão cada vez mais próximos, e três atletas locais estão confirmados no maior evento esportivo do planeta. O nadador Gabriel Araújo, o “Gabrielzinho”, e a pugilista Bia Ferreira buscarão novas medalhas, enquanto o lançador Luiz Maurício Dias fará sua estreia. Há ainda a possibilidade de um quarto representante: o oposto Felipe Roque está na lista de inscritos divulgada pela Confederação Brasileira de Vôlei (CBV), é tido como um “reserva” na seleção comandada por Bernardinho.
O estreante
A presença de Luiz Maurício Dias em Paris é a grande novidade para o esporte juiz-forano. O atleta do lançamento de dardo garantiu a vaga no último domingo (30), durante a disputa do Troféu Brasil de Atletismo. O desportista atingiu o índice olímpico após realizar um arremesso 85,57 m e, além de garantir sua participação na Olimpíada, estabeleceu o novo recorde brasileiro e sul-americano da modalidade.
O ciclo de Luiz é marcado por sua evolução. Oriundo do projeto de extensão Cria UFJF, onde permaneceu até 2020, o juiz-forano passou a mostrar mais aptidão nas modalidades que envolviam lançamentos com 16 anos e, desde então, foi direcionado a seguir nesses esportes, conforme explica Jeferson Vianna, professor da Faculdade de Educação Física e Desportos (Faefid) da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF).
“Ele teve excelentes resultados nas categorias de base, tanto no dardo e também no disco. Depois, a partir dos seus 18 anos, a gente começou a direcioná-lo bastante para a prova do dardo, que é onde a gente identificou esse potencial grande, e a gente imaginava que ele poderia desempenhar melhor, que é o que foi acontecendo”, relata Jeferson.
A consolidação de Luiz no cenário profissional do lançamento de dardo veio em 2023. No ano passado, o juiz-forano conseguiu se classificar ao Mundial da categoria, realizado em Budapeste, na Hungria. Porém, uma lesão atrapalhou seu desempenho, e o atleta terminou na 20ª posição com o arremesso de 77,7m, dois metros a menos que o necessário para ir à final. Além disso, se tornou o sul-americano mais bem colocado no ranking da World Athletics, ocupando a 29ª colocação. Atualmente, o desportista é o segundo melhor brasileiro e sul-americano do ranking, atrás apenas de Pedro Henrique Rodrigues, que ocupa a 14ª posição, com 1.227 pontos.
Em busca de mais recordes
Após conquistar três medalhas, duas de ouro e uma de prata, nos Jogos Paralímpicos de Tóquio, em 2021, Gabrielzinho, nascido em Santa Luzia e radicado em Juiz de Fora, teve sua participação em Paris confirmada na convocação realizada pelo Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB) no dia 25 de junho.
Desde os Jogos de Tóquio, o nadador acumula uma extensa lista de conquistas, com destaque para três ouros no mundial de 2022, além de outros cinco no Parapan-Americano, e mais três no mundial de 2023. Além disso, Gabrielzinho estabeleceu o novo recorde sul-americano neste ano. Durante a disputa da etapa do World Series de Limoges, na França, o paratleta superou a própria marca, que era de 1min56s61, na prova dos 100m livre após percorrer a piscina em 1min55s60.
A despedida
Com o desejo de migrar totalmente para o boxe profissional, a boxeadora Bia Ferreira, baiana radicada em Juiz de Fora, irá disputar a sua última edição dos Jogos Olímpicos em Paris e tem como meta se despedir com a medalha de ouro, após ficar com a prata em Tóquio.
No atual ciclo olímpico, Bia alternou entre o boxe profissional e o olímpico. A lutadora conquistou, em 2023, o título mundial e o ouro nos Jogos Pan-Americanos de Santiago, além de somar cinco vitórias em cinco lutas, sendo duas por nocaute, no cenário profissional.
A última grande marca de Bia se deu no dia 27 de abril deste ano, quando a boxeadora nocauteou a argentina Yanina Del Carmen Lescano e garantiu o cinturão peso-leve, até 61 kg, da Federação Internacional de Boxe (IBF). Com isso, a lutadora se tornou a primeira medalhista olímpica brasileira a conquistar o título mundial profissional do boxe.
Quem ainda tem chance
O oposto juiz-forano Felipe Roque, que recentemente revelou à Tribuna que irá trocar o Vôlei São José pelo JT Thunders, do Japão, está na lista dos 25 inscritos para a Olimpíada divulgada pela Confederação Brasileira de Voleibol (CBV). Entretanto, a presença na listagem não é garantia de que o atleta estará em Paris, já que a seleção final, ainda não divulgada, terá apenas 12 atletas.
Felipe acumula convocações para a seleção brasileira durante o ciclo. A última aconteceu para um período de treinamentos antes da Liga das Nações, porém os opostos escolhidos para disputar a competição foram os irmãos Darlan e Alan, que ficaram à frente do juiz-forano na corrida por vaga em Paris.
“O Bernardinho já decidiu os jogadores, não tive muito tempo de mostrar meu voleibol, só em amistosos. Foi uma escolha técnica, estava muito equilibrado, uma dor de cabeça boa que eles tiveram para escolher entre três ótimos opostos”, avaliou Felipe, em entrevista concedida em junho à Tribuna.
A principal ausência
Presente nas duas últimas edições de Olimpíadas – Rio 2016 e Tóquio 2020 -, o juiz-forano Thiagus Petrus não estará em Paris 2024. A seleção brasileira masculina de handebol ficou com o vice-campeonato do Pan-Americano de Santiago e foi eliminada do Pré-Olímpico e, com isso, não conseguiu assegurar uma vaga para os Jogos Olímpicos deste ano. A última vez que o Brasil ficou de fora da disputa da modalidade foi em 2012, na Olimpíada de Londres.
*Estagiário sob supervisão do editor Gabriel Silva.