Competidores aceleram serra acima no Ibitipoca Off Road

Com pernoite no sábado em Ibitipoca, previsão é de chegada a Juiz de Fora a partir das 14h30 de domingo


Por Renato Salles

03/08/2019 às 14h54- Atualizada 03/08/2019 às 15h00

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Motociclistas largam para a trigésima edição do Ibitipoca Off Road (Fotos: Olavo Prazeres)

Os motores começaram a roncar cedo, logo no início da manhã deste sábado (3), e já às 7h foi dada a largada para a trigésima edição do rali mais charmoso do Brasil, o Ibitipoca Off Road. Desde então, motos e carros iniciaram a prova de regularidade em trecho que parte de Juiz de Fora com destino a Lima Duarte, onde os competidores pernoitam no arraial de Conceição de Ibitipoca, antes de retornarem à Manchester Mineira. Para a atual edição, que tem chegada prevista para este domingo, a partir das 14h30, na Faculdade Suprema (Alameda Salvaterra 200, Salvaterra), os organizadores comemoraram número recorde de inscritos. Ao todo serão 620 veículos – 540 motos e 80 carros – distribuídos em 23 categorias, que representam cerca de 150 cidades de dez diferentes estados, além do Distrito Federal. O encerramento contará ainda com show da banda Backtime e premiação prevista para as 19h.

“Chegou o dia, depois de uma grande festa ontem. Os pilotos ficaram impressionados com a estrutura e agora são dois dias de provas. Se Deus quiser, vai tudo correr bem após dez meses de trabalho”, projetou o coordenador do Ibitipoca Off Road, Thiago Resende. Segundo ele, os pilotos das categorias mais competitivas enfrentarão grandes desafios desde a largada, no trajeto desenhado para a trigésima edição do rali. “As categorias de média um e média dois, que são dos competidores mais experientes, vão enfrentar trilhas bem difíceis. Já na média três e quatro vamos dar uma aliviada neste primeiro dia, para chegar no segundo dia darmos uma apertada no domingo.”

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Com chuva?

As motos foram as primeiras a largar e, desde as 7h, os primeiros competidores já aceleravam em direção a Ibitipoca. O sábado amanheceu com temperaturas mais baixas e o céu acinzentado deixava em aberto a possibilidade de chuva, o que significa um desafio a mais para os competidores. Competindo entre as motos na categoria Júnior, o representante de vendas Flávio Fraga, 45 anos, minimizou a influência do tempo. “(A possibilidade de chuva) faz parte do evento. Não atrapalha em nada. Alguns até preferem.” Vindo de Sete Lagoas, Fraga faz sua estreia na competição enaltecendo a pecha de prova mais charmosa do país na modalidade, por conta da “organização e pelo tamanho do evento.”

Outro estreante, Leandro Cordeiro, o Meneizinho, 30, veio de Piraúba e também chega com boas referências do Ibitipoca Off Road. “Pra gente, principalmente para os mineiros, é o rali mais esperado do ano. Espero ser uma prova boa, com uma boa trilha. E, se Deus quiser, vamos buscar um bom resultado. Todo trilheiro gosta de lama. Um tempo destes, sem sol, ajuda bastante, por conta do cansaço físico, mas o que pode atrapalhar um pouco é a poeira, pois não choveu”, avaliou o competidor da categoria novato, que também ganha a vida sobre rodas, como motorista.

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Para elas

Em um universo majoritariamente masculino, há também espaço para as mulheres. No rali de motos, são sete as competidoras inscritas na atual edição do Ibitipoca Off Road. Bem-humorada, a aposentada Diankarla Damasceno, 56 – a Vovó Cross -, encara a sua segunda participação na competição. “É uma prova especial. É sempre um trajeto diferenciado para cada nível de competição. Todos por aqui são muito amigos. Um ajuda o outro. Não há um clima de competição. Nós, mulheres, somos a minoria, mesmo assim somos respeitadas desde a largada e durante toda a prova”, avalia a competidora que se considera a “rôia” entre as meninas. “Comecei aos 50 anos. Eu e a Rosa vamos uma empurrando a outra e vamos dar trabalho para os apoiadores”, brinca, citando outra amiga-concorrente.

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Carros
Entre um mar de motos e um universo de trilheiros, há espaço também para os carros. “É completamente diferente uma competição da outra. Há uma maior quantidade de motos, até porque, no caso dos carros, a participação requer um gasto maior, uma logística maior. Até os trajetos são diferentes”, esclarece o navegador Leonardo Martins, que compete em um carro de Juiz de Fora na categoria master. Para ele, no caso dos automóveis, a possibilidade de chuva aumenta o grau de dificuldade. “É lógico que a chuva dá um charme a mais, mas, para a gente, acaba sendo pior, pois perdemos em tração e hodômetro. Como temos que ter uma regularidade absoluta, acaba sendo um desafio a mais”, avalia o dentista de 33 anos, já experiente no Ibitipoca Off Road.

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