Clubes miram acessos e fortalecimento da base no novo ano
Inauguração do Ginásio Municipal, reformas de campos de várzea e JF Imperadores na elite do futebol americano também na agenda
Do aguardado término da novela que virou a construção do Ginásio Municipal à esperança pela idealizada valorização dos projetos esportivos nas principais agremiações esportivas de Juiz de Fora. Da previsão de investimento em campos de várzea do município ao objetivo comum de fortalecimento nas categorias de base nas mais variadas modalidades. No caráter competitivo e profissional, do sonho de dias melhores no futebol e no vôlei à disputa inédita da elite do Campeonato Brasileiro de Futebol Americano em temporada histórica para o JF Imperadores. A temporada 2023 no esporte chega com diferentes expectativas coletivas, coletadas pela Tribuna com a maior parte das principais agremiações do desporto juiz-forano, sem citar os atletas que, de forma individual, também levam a bandeira do município para os mais distantes cantos do planeta.
Clube Bom Pastor e a pluralidade na base
Campeão da Copa Prefeitura Bahamas e da Zona da Mata Cup no ano passado, o time feminino do Clube Bom Pastor pretende disputar, além de competições locais, o Campeonato Mineiro e a Copa Rio de Janeiro em 2023, de acordo com o gestor esportivo Cássio Castro. Na natação, estão previstos os campeonatos estaduais e os brasileiros de Verão e de Inverno. Já no vôlei, tanto no feminino quanto no masculino, o sub-16 e o sub-18 irão jogar o Campeonato Mineiro e a Liga Carioca, e os mais experientes participam também da Taça Paraná. Enquanto isso, o time Master, campeão brasileiro, irá novamente à competição em Saquarema. “Os destaques são o futebol e o vôlei feminino e os atletas de natação Davi Ribeiro Pena, Heitor de Paula, Mateus Medeiros (campeão brasileiro sub-13) e Paula Santiago”, declara Cássio.
Ginásio Municipal em maio?
As obras do Ginásio Poliesportivo Jornalista Antônio Marcos Nazaré Campos, o Ginásio Municipal, no Bairro Aeroporto, Cidade Alta, possuem previsão de conclusão no próximo aniversário de Juiz de Fora, em maio de 2023, como destacado pela Tribuna em matéria no último domingo (25). O andamento desta reta final segue sob responsabilidade da empresa Ribeiro Alvim Engenharia Ltda, sob a supervisão da Secretaria de Obras da Prefeitura (PJF). Conforme a PJF, os recursos estão assegurados, oriundos de convênio firmado com a Caixa Econômica Federal e contrapartida municipal, no valor de R$ 13.182.955,54.
JF Imperadores: ‘temporada mais desafiadora’
À Tribuna, o JF Imperadores afirmou que este ano será o mais desafiador da história da equipe. No primeiro semestre, há a previsão de participar do Campeonato Mineiro de Futebol Americano, com início previsto para março. Já na segunda metade de 2023, o time local terá a disputa inédita da elite do Campeonato Brasileiro da modalidade, chancelado pela Confederação Brasileira de Futebol Americano (CBFA). A equipe conquistou o direito de disputar a competição após o titulo da segunda divisão em 2022. O resultado ocorre na esteira do processo de refortalecimento do projeto, que trata com otimismo a busca por novos parceiros e patrocinadores, após mais uma temporada de dificuldades financeiras.
“Já fechamos algumas parcerias e estamos encaminhando algumas outras conversas para tentar ter uma temporada um pouco mais tranquila. Sabemos que na primeira divisão o desafio é muito maior, o nível das equipes é mais elevado, os custos para disputar a competição também são maiores, mas acreditamos que estamos preparados para encarar esse desafio”, destacou Marcos Nogueira, presidente do time juiz-forano.
O Império também antecipou à reportagem que deverá manter a base da última temporada, “com elenco formado 100% por atletas da região, e mantendo o head coach Mudo (Rodrigo Alvim) no comando da equipe. Além disso, a equipe já realizou uma seletiva no final do ano e realizará mais uma em janeiro.”
JF Vôlei: mil crianças no voleibol
Em 2022, o JF Vôlei decidiu dar uma pausa na participação em competições profissionais após a falta de apoio financeiro na cidade e o rebaixamento à Superliga C. O descenso sucedeu a opção por não participar da elite do voleibol brasileiro depois do título invicto da segunda divisão, justamente por motivos financeiros. Na contramão, com a aprovação de projetos nas leis de incentivo estadual e federal, o projeto expandiu o trabalho realizado com jovens tanto em núcleos desenvolvidos em escolas públicas da cidade quanto nas escolinhas particulares, e passou a ter uma sede, no Bairro Granbery, região central de Juiz de Fora.
Segundo o diretor do JF Vôlei, Heglison Toledo, para 2023, a meta do projeto é a de “atingir 500 atendimentos em escolas públicas e ampliar nossa metodologia nas escolas particulares, chegando a mil crianças e jovens praticando voleibol. Vamos ampliar a base feminina para duas categorias, e na masculina disputar as principais competições oficiais do nosso estado.” Já em relação ao time profissional, Toledo afirma que o JF Vôlei não deixou de conversar com possíveis investidores e patrocinadores. “Caso consigamos recursos suficientes, poderemos retornar com a equipe principal e disputar a Superliga C no final do ano com o objetivo de acesso à B em janeiro de 2024.” Toledo antecipou ainda que, paralelamente, também há a intenção de desenvolver o vôlei de praia em parceria com a Arena Vip e o início de uma parceria com o Clube do Papo.
Investimento nos campos de várzea
Em agosto último, a prefeita Margarida Salomão (PT) anunciou um investimento de R$ 10 milhões para a recuperação e a revitalização dos campos de várzea na cidade. Ao todo, serão dez campos de futebol que receberão os cuidados, sendo cinco em 2023 e outros cinco em 2024. Segundo a Prefeitura, os locais escolhidos devem receber gramado sintético entre as melhorias. O Município conta, atualmente, com 17 campos de futebol públicos, atualmente geridos pelas Comissões Administrativas de Espaços Municipais (Caem).
Manchester tem retorno improvável
Anunciado em agosto de 2021, o Manchester Futebol chegou a atuar na Segunda Divisão do Campeonato Mineiro do mesmo ano, mas em 2022 paralisou os trabalhos em campo. O presidente Nando Ozório, também ex-atleta profissional e diretor, afirmou à Tribuna que o atual cenário em Juiz de Fora dificulta a volta imediata do projeto. “Tenho uma vida dentro do futebol de Juiz de Fora, desde 1979 quando ajudei a construir a sede do Tupi. E venho notando nesse tempo todo que se não houver uma mudança radical, em todos os elementos que participam desse processo, infelizmente o nosso futebol vai ficar em terceiro plano, como é hoje. Estou estudando como fazer, mas infelizmente não tenho perspectiva de retorno em curto prazo”, relatou Nando.
Para ele, “o nosso pensamento está completamente amador no futebol. Em 1997, o Tupi goleou o Avaí por 8 a 1 e enquanto nós ficamos parados no tempo e no espaço, o Avaí atua nas principais divisões nacionais. Portanto é muito improvável esse retorno em 2023 pela experiência que eu tive, com um desgaste financeiro muito grande. Se as pessoas que não querem ajudar ao menos não atrapalhassem. Mas é uma questão de cultura que temos que mudar. Isso sacrifica não só o Manchester, mas também o Tupi, Tupynambás, Sport e Villa Real. Chega de amadorismo em Juiz de Fora”, critica Nando.
Sport Club com presidente reeleito
João Pereira de Almeida, o Dudinha, foi reeleito e seguirá como mandatário do Sport Club Juiz de Fora no quadriênio 2023-2026. O Verdão da Avenida disputou, em 2022, o Campeonato Carioca A2 nas categorias sub-15 e sub-17, em parceria com o Barra Mansa. Além disso, participou dos campeonatos de Juiz de Fora nas outras categorias e investiu no futebol feminino, promovendo algumas competições. A Tribuna entrou em contato com subdiretor do Sport, Diego Almeida, para entender as projeções da agremiação, uma das mais tradicionais da cidade, mas a resposta foi que “houve eleição no final de ano no clube e só vamos ter uma posição concreta no dia 10 de janeiro”.
Tupi: base, acesso e credibilidade
Sem conseguir retornar para a elite do Campeonato Mineiro no primeiro ano em campo sob nova gestão, capitaneada pelo presidente Eloísio Pereira de Siqueira, o Tiquinho, o Tupi irá voltar para os gramados em busca do acesso ao Módulo I em 2023. Mas este não é o único trabalho no futebol carijó. O clube confirmou à Tribuna que pretende voltar pelo menos com o time sub-20 na próxima temporada, mas que as novidades ainda serão divulgadas.
Fora de campo, no entanto, ainda há os trâmites para a permuta do estádio Salles Oliveira. Por contrato, o Tupi só irá deixar o campo do Bairro Santa Terezinha quando puder utilizar o novo centro de treinamento, de construção sob responsabilidade da empresa Rezende Roriz, localizado no Bairro Benfica, Zona Norte de Juiz de Fora. “Existe um contrato que a empresa teria que entregar o combinado, que são os campos, estádio anexo e alojamento, e a partir daí, o clube repassaria o Salles. Como até o momento não foi cumprida a parte da empresa, segue como está, até o vencimento do contrato, quando as partes vão alinhar como fazer”, resumiu o Tupi. Até a edição desta matéria, o clube não havia confirmado a data de vencimento do contrato citado.
Tupynambás: do sub-13 ao profissional com novo CT
Eliminado no hexagonal final do Módulo II do Campenato Mineiro de 2022, o Tupynambás busca ter um 2023 diferente. O objetivo é retornar com os treinamentos do time profissional para Juiz de Fora, já que no ano passado eles aconteceram em Lima Duarte. De acordo com o presidente Cláudio Dias, já existe a tentativa de parceria com clubes da cidade neste sentido. Há ainda a possibilidade do Baeta começar a treinar no seu novo CT, no qual são esperados dois campos, durante a competição.
Na base, o clube está no processo de montagem das equipes sub-13, sub-15 e sub-17 para disputar campeonatos locais. A expectativa é que neste ano o sub-20 “dispute o Campeonato Mineiro, com um time competitivo, para aproveitarmos alguns jogadores também no profissional”, de acordo com o presidente.
Outro ponto é o recebimento da verba da venda da antiga sede, no Poço Rico. Conforme Cláudio, o valor, mantido em sigilo, ainda não foi recebido, mas a expectativa é tê-lo o quanto antes. “O Tupynambás tinha várias pendências judiciais que foram resolvidas em novembro. Agora, faremos a escritura nova, e o pagamento acontecerá após isso”, espera.
Uberabinha dos jovens
Em 2022, o Uberabinha disputou o Módulo II do Campeonato Mineiro sub-15 e sub-17, além dos campeonatos locais em todas as categorias. O objetivo para este ano é o mesmo, de acordo com o presidente do clube, Ricardo Martins, dando espaço para jovens da Zona Norte de Juiz de Fora e outras regiões da cidade.
Villa Real pode ter times masculino e feminino
Fundado em 2021, o Villa Real disputou dois campeonatos no ano passado e em ambos contou com mais de 90% do elenco composto por juiz-foranos. Além de se sagrar campeão da Copa Zona da Mata, competição amadora, o “Time do Povo” chegou até as quartas de final da Segunda Divisão do Campeonato Mineiro, a popular “Terceirinha”, na estreia do clube no futebol profissional. Para 2023, a Águia juiz-forana pretende pensar por semestre, segundo o presidente Allan Taxista.
“Começaremos o ano montando o sub-15 e o sub-17, com chances de disputarmos o Mineiro de base. Temos a intenção de montar o time feminino profissional para o Estadual também, mas para isso precisamos do apoio do empresariado. Isso tudo será dentro das possibilidades. E no segundo semestre iremos jogar novamente a Terceirinha com o time masculino, que será composto, em sua maioria, por jogadores da cidade”, declara Allan à Tribuna.