Comerciantes reclamam de demora nas obras da 440
Os comerciantes da Cidade Alta, na região do São Pedro, reclamam dos impactos da demora da conclusão das obras da BR-440. A região registrou aumento de 32% no número de habitantes no período de 2000 a 2010, conforme dados do Censo Demográfico do IBGE, tem gerado diferentes impactos econômicos e conta hoje com cerca de 200 estabelecimentos. Os lojistas contam que têm tido dificuldade para manter as portas abertas diante das intervenções causadas pela obra e estimam queda de até 60% no faturamento.
Na Avenida Pedro Henrique Krambeck, em São Pedro, onde estão sendo realizadas as intervenções, os comerciantes reclamam da queda no movimento. A loja Gonçalves Esquadrias de Alumínio, localizada no endereço há 15 anos, chegou a fechar as portas e inaugurar outra unidade na Avenida Senhor dos Passos. "Há seis semanas, reabrimos neste mesmo endereço, mas o movimento continua muito fraco. São 16 funcionários na outra loja e, aqui, trabalho sozinho", conta o vendedor Gilberto Francisco da Costa, 38 anos.
"Além da poeira e do barulho que incomodam muito, as obras da BR-440 fecharam o trevo de acesso à avenida e, com isso, os clientes desanimam de percorrer um trajeto maior para vir até aqui", explica o proprietário da Moto Mecânica, Jorge Luiz da Silva, 45 anos. A alternativa encontrada pelo comerciante foi investir em publicidade, mas os resultados ainda não chegaram.
De acordo com o presidente do Sindicato do Comércio de Juiz de Fora (Sindicomércio-JF), Emerson Beloti, o atual cenário econômico no município prevê que outras intervenções aconteçam. "Acredito, inclusive, que seja necessário o sacrifício conjunto para que possamos colher os benefícios futuramente. O grande problema vivido pelos comerciantes daquela região é o prolongamento dos impactos negativos por conta da demora na conclusão das obras."
Em maio de 2009, o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) assumiu a responsabilidade pela BR-440, com nove quilômetros de extensão. Em abril deste ano, o Tribunal de Contas da União determinou que o órgão rescindisse o contrato com a construtora Empa S/A Serviços de Engenharia, o que deve acontecer após a conclusão da galeria de concreto para escoamento de águas pluviais, prevista para o segundo semestre. Depois disso, outra empresa deverá assumir as obras.