Queda do preço da gasolina não é sentida por consumidores em JF
Reduções consecutivas no preço dos combustíveis nas refinarias e pequenas queda nos valores praticados pelos postos no mês de janeiro não surtem efeito real
Na última quinta-feira (23), a Petrobras anunciou a segunda redução consecutiva do preço dos combustíveis nas refinarias este mês, na ordem de 1,5% para a gasolina. A primeira queda, de 3%, foi anunciada pela estatal na semana anterior, no dia 13. Apesar do movimento de retração adotado pela estatal, o consumidor ainda não notou diferença expressiva nas bombas em Juiz de Fora.
Segundo o último levantamento realizado pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), o preço médio da gasolina praticado nos postos de Juiz de Fora é de R$ 4,880 o litro. No caso do etanol, a cifra é de R$ 3,441. Se comparado ao mesmo mês do ano passado, o preço médio da gasolina sofreu aumento de 3,19%. Na época, o litro do combustível custava R$ 4,729. Já em relação ao etanol, a alta foi ainda maior, chegando a 12% ante os R$ 3,073 pagos pelo consumidor em janeiro de 2019. A pesquisa mais recente foi divulgada na última sexta-feira (24).
Considerando o comportamento verificado este mês, percebe-se, no entanto, que o valor médio dos combustíveis apresentou oscilações. A gasolina, por exemplo, abriu o ano custando, em média, R$ 4,848 na cidade. Na semana seguinte, caiu para R$ 4,838 e voltou a subir para R$ 4,882, entre os dias 12 e 18 de janeiro. O resultado da última semana apresenta ligeira redução, chegando ao patamar médio de R$ 4,880.
Já o etanol começou o ano custando, em média, R$ 3,401 aos juiz-foranos. O litro caiu para R$ 3,370 (entre os dias 5 e 11), voltou a subir para R$ 3,422 na semana seguinte, chegando ao patamar de R$ 3,441 verificado até sexta-feira, sempre considerado as médias apuradas pela ANP no mercado local.
A redução de poucos centavos ao longo do mês, entretanto, não foi notada por motoristas ouvidos pela Tribuna. Para o comerciante Carlos Antônio Daniel, que costuma rodar até 50 quilômetros por dia, não houve queda expressiva. “Só percebi aumento, baixa não teve nenhuma. E isso me afeta muito. Tem dia que saio de casa 4h da manhã, e esse carro só para às 20h. Quando vou para a Ceasa, percorro uns 40 a 50 quilômetros. Gasto por dia de R$ 70 a R$ 80.”
Para o vendedor viajante Carlos Renato, que gasta, em média, R$ 600 de combustível por semana, a queda só foi percebida fora da região. “Aqui eu não sinto, mas em São Paulo e Belo Horizonte, sim. Quando vou de viagem para esses lugares, tento abastecer por lá para aproveitar”. De férias, o vendedor disse que o elevado preço do combustível não influenciou no destino programado para a família este ano por conta do planejamento prévio. Entretanto, os passeios do final de semana estão sendo repensados. “De férias, você tem um pouco mais de dinheiro e consegue se programar. Já um passeio habitual, você pensa duas vezes.”
A reportagem entrou em contato com o Sindicato do Comércio Varejista de Derivados do Petróleo do Estado de Minas Gerais (Minaspetro) para questionar se os postos pretendem repassar as quedas anunciadas pela Petrobras ao consumidor final. Em resposta, a assessoria informou que o Minaspetro “não interfere e tampouco comenta questões relacionadas aos preços dos combustíveis praticados pela revenda no Estado”.