Black Friday nas compras on-line: como fugir de golpes, “Black Fraude” e promoções falsas
Temporada on-line tem aumento de golpes, sites clonados e descontos “maquiados”
Com a popularização do comércio digital e a força de datas como a Black Friday, comprar sem sair de casa virou rotina para muitos brasileiros. Em poucos cliques, dá para comparar preços em diferentes lojas, calcular o frete, aplicar cupons de desconto, usar programas de cashback e receber o produto na porta. Benefícios como frete grátis, descontos agressivos e entrega rápida costumam ser decisivos na hora de fechar a compra.
Mas, junto com as facilidades, crescem também os riscos. Órgãos de defesa do consumidor, como o Procon, e entidades do sistema financeiro, como a Federação Brasileira de Bancos (Febraban), reforçam o alerta: é preciso redobrar a atenção para não transformar a economia desejada em prejuízo.
“Black Fraude” e maquiagem de preços
Um dos principais pontos de atenção é a chamada “Black Fraude”, quando lojas aumentam os preços semanas antes de grandes campanhas – como Black Friday e outras datas promocionais – apenas para simular grandes descontos no dia da oferta. Na prática, o consumidor acredita estar diante de uma condição imperdível, mas o valor final é igual ou até superior ao praticado anteriormente.
Para fugir dessa armadilha, o Procon orienta acompanhar o histórico de preços do produto desejado com antecedência, usando sites e aplicativos de monitoramento. Essas ferramentas mostram se o valor realmente caiu ou se o desconto é só maquiagem. Também vale salvar prints de ofertas e anotar variações de preço para ter parâmetros na hora da decisão.
Golpes se sofisticam no ambiente digital
A facilidade para comprar on-line também abre espaço para criminosos. Segundo a Febraban, golpistas têm criado páginas falsas que imitam e-commerces conhecidos, enviado promoções inexistentes por e-mail, SMS e WhatsApp e até clonado sites de grandes varejistas, alterando uma letra do endereço ou substituindo letras por números, algo que muitas vezes passa despercebido.
Nesses casos, o consumidor é atraído por ofertas muito abaixo do mercado e, ao finalizar a compra, informa dados pessoais e bancários em um ambiente que não é o oficial. O resultado pode ser desde a não entrega do produto até a clonagem de cartão, uso indevido de dados e prejuízos financeiros mais graves.
Como checar se o site é confiável
Além de medidas técnicas de segurança, os órgãos recomendam priorizar lojas conhecidas, com presença consolidada no mercado. No caso de e-commerces novos ou pouco conhecidos, é importante pesquisar a reputação em sites de reclamações, consultar avaliações de outros consumidores e verificar se há histórico de problemas recorrentes.
Em compras feitas por redes sociais, a Febraban explica que cautela deve ser ainda maior. Alguns pontos de atenção:
- Conferir se o perfil tem selo de verificação (quando houver essa função na plataforma);
- Observar número de seguidores, comentários e interação nas postagens;
- Desconfiar de perfis muito recentes ou com pouca movimentação;
- Procurar o nome da loja em sites de reclamação e em mecanismos de busca.
Links suspeitos e promoções “boas demais”
Uma recomendação unânime entre órgãos de defesa do consumidor e do sistema financeiro é evitar clicar em links recebidos por mensagem, seja em e-mail, SMS, redes sociais ou aplicativos de conversa. O mais seguro é digitar o endereço da loja diretamente no navegador ou acessar pelo aplicativo oficial.
Outra regra básica é desconfiar de preços muito abaixo da média de mercado. Ofertas que prometem produtos caros por valores irrisórios geralmente escondem riscos: podem ser golpes, produtos falsificados ou mercadorias que nunca serão entregues.
Antes de inserir dados pessoais ou bancários, o consumidor deve conferir se o site começa com “https://”, se exibe o cadeado de segurança na barra de navegação e se há informações claras sobre CNPJ, endereço físico, canais de atendimento e política de troca e devolução.
Segurança dos dispositivos também conta
Não é só o site que precisa ser confiável: o aparelho usado para a compra também deve estar protegido. O Procon recomenda manter o antivírus sempre atualizado em computadores e celulares, usando apenas redes Wi-Fi seguras e evitando realizar compras em computadores públicos ou compartilhados.
Programas maliciosos podem capturar senhas, dados de cartão e outras informações sensíveis sem que o usuário perceba. Por isso, além do antivírus, é importante atualizar sistema operacional e aplicativos com frequência, ativar etapas extras de segurança (como autenticação em duas etapas) e não salvar automaticamente dados do cartão em sites desconhecidos.
*Estagiária sob a supervisão do editor Bruno Kaehler
Tópicos: black friday / febraban / Procon









