Problemas com Área Azul
Após duas semanas da instalação da Área Azul Digital em Juiz de Fora, os usuários ainda apresentam dificuldades para utilizar o novo modelo de sistema de estacionamento rotativo pago e se queixam de problemas como sinalização dos setores, ausência de monitores, uso de moedas nos parquímetros e pedem cobrança fracionada. A Tribuna foi às ruas do Centro, ontem, e constatou outro problema: no trecho da Rua Batista de Oliveira, entre a Avenida Getúlio Vargas e a Rua Floriano Peixoto, vagas da Área Azul são ocupadas por carros que estão à venda, irregularidade que já foi relatada anteriormente pelo jornal.
No ano passado, a equipe da Tribuna verificou que boa parte das vagas da Área Azul neste mesmo espaço era utilizada para a comercialização de veículos, que permaneciam parados durante todo o dia. Ontem, dois carros estacionados no local, sendo um numa vaga destinada a idosos, estavam com anúncios de venda.
A assessoria da Secretaria de Transporte e Trânsito (Settra) destacou que o novo sistema da Área Azul “contribui para inibir a venda de automóveis na vagas, uma vez que exige a rotatividade”. A fiscalização da prática irregular é feita pela Secretaria de Atividades Urbanas (SAU).
Ainda na extensão da Rua Batista de Oliveira, indo da Rua Fonseca Hermes até o Bairro Granbery, foi verificada a ausência de monitores para auxílio do uso do parquímetro. Em todo o percurso, feito no início da tarde, não foi localizado nenhum profissional. Esta foi a reclamação feita pelo advogado Carlos Manuel Villela, 52 anos. “Nestes primeiros dias deveria ter esse auxílio. É preciso até a cidade se acostumar com a mudança”, analisa. Para conseguir o cupom, ele demorou alguns minutos e contou com a ajuda de pessoas que passavam pelo local.
Já habituado com o parquímetro, a queixa do militar Marcelo Gustavo, 45 anos, foi com relação à taxa cobrada para o tempo de uso da vaga rotativa. “Toda semana tenho que pagar R$ 2 para estacionar no Granbery, mas não gasto uma hora e meia utilizando a vaga. Poderiam fracionar a tarifa conforme o tempo gasto pelo usuário”, sugere. De acordo com a assessoria da Settra, o número de monitores presentes nas ruas é definido pela Estapar, concessionária da Área Azul. Com relação ao período de uso das vagas, a pasta esclarece que “a secretaria optou por manter o modelo anterior e o costume da cidade, sem fracionamento”.
Na rua Floriano Peixoto, esquina com a Batista de Oliveira, o corretor de imóveis João Braz, 70 anos, conseguiu a instrução de uma monitora do sistema. Segundo ela, a Estapar faz a distribuição dos colaboradores pelas vias públicas, sendo eles responsáveis por prestar auxílio em dois ou até cinco parquímetros.
Apesar da ajuda da colaboradora, João encontrou dificuldades para efetuar o pagamento, pois a máquina não aceita cédulas. “Tive que comprar algo na padaria para poder receber moedas de troco e comprar o bilhete. Em outros lugares, o equipamento aceita notas.”
Questionada pela Tribuna se, futuramente, os equipamentos poderão aceitar cédulas, a assessoria da Settra explicou que também se trata de uma definição da Estapar. A assessoria da pasta ressaltou que o parquímetro é uma das opções para a compra do bilhete, sendo a moeda a última opção. “O ideal é que os usuários utilizem o cartão eletrônico, até mesmo por questões de segurança.”
Sinalização de setores
A divisão das ruas por setores numerados, que precisam ser informados no momento da compra do bilhete no parquímetro, também tem gerado dúvidas aos usuários. Embora as ruas do Centro estejam bem sinalizadas, alguns parquímetros ainda estão apenas com os postes, sem as placas de identificação. Esta situação foi verificada nas ruas Braz Bernardino, Espírito Santo, Oscar Vidal e Floriano Peixoto. A divisão dos setores, segundo informações da Settra, em sua maioria é feita por ruas salvo algumas exceções. A assessoria da pasta adiantou que nos próximos dias serão colocados adesivos nos equipamentos para facilitar a identificação dos setores para os usuários.
A Tribuna tentou contato com a Estapar na noite desta sexta-feira, mas ninguém atendeu às ligações.