Cidade com maior renda per capita do país fica em Minas; veja valor mensal por habitante
Moradores do município mineiro ganham, em média, 15 vezes mais que os de Uiramutã, em Roraima, que registrou o menor valor do país

Dados do Censo 2022 revelaram que a cidade brasileira com maior renda per capita, ou seja, renda média disponível por pessoa em um domicílio, fica em Minas Gerais. A cidade de Nova Lima, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, ficou no topo do índice, registrando o melhor resultado do país, com renda média de R$ 4.300 por pessoa. Na outra ponta está Uiramutã, em Roraima, que apresentou o menor valor per capita: R$ 289 por pessoa, o equivalente a R$ 9,63 por dia. A diferença entre os dois municípios chega a 15 vezes.
A renda mensal domiciliar per capita no Brasil foi de R$ 1.638 em 2022, segundo resultados preliminares do Censo Demográfico sobre Trabalho e Rendimento, divulgados nesta quinta-feira (9) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O indicador considera o valor disponível por integrante das famílias, somando todas as fontes de renda — como trabalho, aposentadoria, pensão, programas sociais, aluguéis e arrendamentos.
Desigualdade regional
Entre os municípios com menores rendas per capita destacam-se cidades do norte e nordeste do país, como: Bagre (PA), com R$ 359; Manari (PE), R$ 359; Belágua (MA), R$ 388; Cachoeira Grande (MA), R$ 389; São Paulo de Olivença (AM), R$ 397; Primeira Cruz (MA), R$ 413; Humberto de Campos (MA), R$ 416; Marajá do Sena (MA), R$ 426; e Tonantins (AM), R$ 432.
Entre os municípios com maiores rendas per capita, além de Nova Lima, aparecem São Caetano do Sul (SP), com R$ 3.885; Florianópolis (SC), R$ 3.636; Balneário Camboriú (SC), R$ 3.584; Niterói (RJ), R$ 3.577; Santana de Parnaíba (SP), R$ 3.465; Marema (SC), R$ 3.440; Vitória (ES), R$ 3.352; Petrolândia (SC), R$ 3.308; e Tunápolis (SC), R$ 3.288.
O IBGE destacou o contraste regional: os dez municípios com maiores rendas estão nas regiões Sudeste e Sul, sendo cinco deles em Santa Catarina. Já os dez com menores rendimentos ficam no Norte e Nordeste, com cinco localizados no Maranhão.
Diferenças entre estados e grupos populacionais
O Maranhão foi o estado com a menor renda domiciliar per capita em 2022, com média de R$ 900, enquanto o Distrito Federal registrou o maior valor, R$ 2.999.
O levantamento também evidencia desigualdades raciais. A renda per capita média da população branca (R$ 2.207) e amarela (R$ 3.520) foi quase duas a três vezes superior à das populações preta (R$ 1.198) e parda (R$ 1.190). Entre os indígenas, o valor foi ainda menor: R$ 669 por pessoa.
Renda baixa e desigualdade
Quase um terço dos brasileiros (31,8%) vivia com até meio salário mínimo em 2022, que era de R$ 1.212. Cerca de 13,3% da população tinha rendimento médio de até um quarto do salário mínimo, proporção que subia para 23,3% no Norte e 22,4% no Nordeste.
O índice de Gini, que mede a desigualdade de renda em escala de 0 a 1 (quanto mais próximo de 1, maior a concentração), ficou em 0,542 no país. No Norte, o índice foi de 0,545, e no Nordeste, 0,541. As menores desigualdades foram observadas no Sul (0,476).
Entre as unidades da federação, o Distrito Federal (0,584) e o Rio de Janeiro (0,574) registraram os maiores índices de concentração de renda, enquanto Santa Catarina (0,452) e Paraná (0,482) apresentaram os menores.