Alta da gasolina no ano em JF é maior do que no estado e no país
Diesel também seguiu o mesmo padrão, enquanto etanol – mais vantajoso – faz caminho oposto
No primeiro trimestre de 2024, a gasolina comum aumentou 3,22% em Juiz de Fora, com o preço médio passando de R$ 5,89, na primeira semana de janeiro, para R$ 6,08, no último domingo de março. Os dados são das Pesquisas de Preços de Combustíveis da Agência de Proteção e Defesa do Consumidor (Procon), em mais de 70 postos de toda a cidade, obtidos com a Secretaria de Estado da Fazenda de Minas Gerais.
Isso representa uma alta maior do que a percebida por todo o país, em média. O Monitor de Preços de Combustíveis, produzido em parceria da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) com a Veloe, mostra que a alta nacional foi de 2,7% no trimestre. No mês de março, o preço médio nacional por litro abastecido de gasolina comum foi de R$ 5,87, o que ainda é mais barato do que a média em que Juiz de Fora iniciou o ano.
Motoristas da cidade também estão pagando mais caro pelo combustível na comparação com os mineiros em geral. A gasolina comum aumentou 3% no estado, no acumulado do ano, com o preço médio de R$ 5,80 por litro – também mais barato do que o valor que já era pago em janeiro em Juiz de Fora. Até mesmo o preço médio na capital, Belo Horizonte, é mais baixo, R$ 5,75.
Aditivada e diesel
O mesmo padrão se repete para a gasolina aditivada. Na primeira pesquisa do ano, o Procon registrou média de R$ 6,07 e, na última, R$ 6,25, o que representa alta de 2,8% (mesma da nacional). Já a alta estadual foi de 2,5%.
Até mesmo o diesel, que diminuiu de preço, teve uma redução menor no âmbito municipal. O comum (S500) caiu de R$ 5,92 para R$ 5,89 no trimestre (-0,5%), e o S10 foi de R$ 6,06 para R$ 6 (-0,99%). No Brasil, as quedas foram de 0,2 pontos percentuais a mais. Neste caso, os preços de Minas se mantiveram no comum, mas também abaixaram mais do que os do município para o S10 (-1,4%).
Álcool continua mais vantajoso que gasolina
Apenas o etanol seguiu caminho inverso em Juiz de Fora. Enquanto, pelo Procon, o preço do álcool caiu de R$ 3,89 para R$ 3,83 (-1,54%) nos três meses, a pesquisa nacional mostra uma alta de 2,8%, e a estadual, de 4%.
Com isso, ao realizar o cálculo de custo-benefício, que divide o valor do litro do álcool pelo da gasolina, atualmente, é mais vantajoso abastecer com o primeiro, já que o resultado é menor que 70%.
A Tribuna questionou ao Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo no Estado de Minas Gerais (Minaspetro) o que poderia explicar esses comportamentos. Em nota, o sindicato afirma que “cada região possui suas particularidades logísticas e operacionais, portanto, a mera comparação entre preços de diferentes regiões não é recomendada, pois o preço de bomba pode variar de acordo com os contratos de fornecimento dos postos com as companhias, dificuldades operacionais e problemas logísticos sazonais do local”.
‘O empresário é livre’
“O Minaspetro reforça que a ANP é o órgão competente para aferição de preços dos postos de combustíveis no país, tendo vasta experiência em sua tradicional pesquisa semanal em todas as regiões do Brasil, com dados acurados sobre os valores de bomba da revenda. Além disso, é importante destacar que o preço dos combustíveis é livre, isto é, o empresário tem total liberdade para calcular seus custos operacionais, logísticos e estabelecer suas margens”, traz ainda a nota do sindicato.
Pela pesquisa da última semana de março, divulgada pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), os preços registrados em Juiz de Fora foram ainda mais altos do que os constatados pelo Procon.
A gasolina comum aparece 1 centavo mais cara; o diesel comum, 8 centavos; o S10, 11 centavos; e o etanol, 26 centavos. Apenas a gasolina aditivada está com um registro mais baixo no órgão indicado pelo sindicato, no total de 1 centavo.