Mercado aquecido eleva venda de motos em 12%

Na River Motos, há prevalência de consumidores na faixa etária entre 18 e 35 anos
O número de emplacamentos de motos em Juiz de Fora cresceu quase 12%, passando de 3.577 em 2010 para quatro mil em 2011. Na comparação com 2009, a alta é ainda maior e chega a 22%. Na época, o número ficou em 3.281. O aumento constatado em 2011 é seis vezes maior do que o verificado em automóveis/comerciais leves, que não passou de 2% na cidade. Em 2011, foram 11.456 carros novos contra 11.208 no ano anterior. O total de emplacamentos no ano passado (16.545), que também considera caminhões e reboques, foi 5% maior ante 2010 (15.715).
Ainda conforme dados do Sindicato dos Concessionários e Distribuidores de Veículos de Minas Gerais (Sincodiv-MG), em janeiro deste ano foram emplacadas 253 motocicletas, queda de 6,64% na comparação com o mesmo mês do ano anterior (271). Entre os automóveis houve alta de 3,8% no período, passando de 834 em 2011 para 866 em 2012.
O gerente geral da Independência Motos, Gianfranco Viana Vagge, confirma o aquecimento do mercado. Segundo ele, em 2011, houve aumento de 16,5% nas vendas na rede. A expectativa para 2012 é que a alta fique em torno de 12%. A procura é atribuída a fatores, como ser um meio de transporte mais barato, que proporciona economia no uso de combustível e facilidade de estacionamento ao chegar ao destino final. De acordo com Gianfranco, a procura pela motocicleta sempre está aquecida. O que interfere nas vendas é o crédito facilitado ou um pouco mais burocratizado. No início deste ano, avalia, os consumidores estavam com um pouco mais de dificuldade para adquirir crédito. A expectativa, é que, a partir de fevereiro, o cenário reverta. Hoje, segundo ele, é possível adquirir uma moto de R$ 4.300 a R$ 97 mil, de acordo com a necessidade e o gosto do cliente. A campeã de vendas é comercializada a R$ 6.590, comenta.
"O crescimento aconteceu, e a perspectiva se mantém", avalia o gerente comercial da River Motos, Roberto de Campos Teixeira Júnior. Ele considera a moto a alternativa mais barata para o deslocamento na cidade hoje. Júnior destaca o trânsito complicado, a facilidade de locomoção, o baixo custo de manutenção e o alto preço da gasolina. "Tem moto que faz 50 quilômetros com um litro de gasolina, enquanto o carro percorre 10, 12 quilômetros." De acordo com o gerente, é possível comprar motos de R$ 4 mil a R$ 100 mil. O público feminino tem crescido, e a prevalência é de consumidores na faixa etária entre 18 e 35 anos.
Altas cilindradas
No mercado das alta cilindradas, cujos modelos importados chegam a custar R$ 100 mil, a procura também está aquecida, afirma a administradora da Bike Boss, Janine Torres. Segundo ela, no segundo semestre do ano passado as vendas foram impactadas pela crise econômica internacional. Este ano, no entanto, já houve recuperação, sinalizando para 2012 de saldo positivo. Para Janine, a facilidade no crédito estimula a procura pelas motocicletas, neste caso, adquiridas menos por necessidade do que por hobby ou lazer. "Neste caso, não é uma condução. É um estilo de vida mesmo."